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Quem são as pessoas que escolhem viver a vocação religiosa nos dias de hoje? 

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Reportagem local - publicado em 02/10/22
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Conheça a história inspiradora de pessoas que dedicam suas vidas à vocação religiosa em um cenário desafiador para os religiosos consagrados 

Hoje, são muitos os desafios para aqueles que desejam seguir a vida religiosa. Segundo o Anuário Pontifício 2022, publicado pela Santa Sé, o número de católicos batizados no mundo teve um aumento de 1,2% em 2020, totalizando mais de 1,3 bilhões de fiéis ao redor do globo. Contudo, há uma redução expressiva na quantidade de religiosos.  

Em 2016, o número de padres espalhados pelos cinco continentes era de 414.969, em 2018 já havia diminuído para 414.065. Entre os bispos e freiras também há queda, levando a um cenário de desequilíbrio pastoral, em que um único sacerdote precisa guiar mais de 3 mil pessoas.

Diante desse contexto, a Província Marista Brasil Centro-Sul tem se dedicado a fomentar novas vocações, principalmente para que os jovens possam atender ao chamado para se tornar Irmão Marista - religioso consagrado que segue os passos de São Marcelino Champagnat e se dedica à educação evangelizadora de crianças, adolescentes e jovens. 

Duas gerações, um mesmo propósito  

Quem conhece o Bruno (27) e o Valdecir (64) de imediato pode não imaginar o que os dois, de gerações tão distintas, têm em comum. Mas basta alguns minutos de conversa para que embora separados por algumas décadas, dividem muitas características e a mesma escolha de vida: ser religioso consagrado.  

Há dois anos, Bruno Marcondes fez seus votos como Irmão Marista, mas o processo de preparação, estudos e aprofundamento no carisma dos Maristas começou quando ele tinha 21 anos.

"Eu tinha tido a oportunidade de estudar em uma escola social Marista e depois atuar como colaborador na unidade, então eu já tinha contato com a história de Marcelino Champagnat e com os Irmãos Maristas. Achava interessante o modo como eles viviam em fraternidade e se dedicavam a olhar para os mais necessitados", conta.

Ainda adolescente, quando participava das atividades da Pastoral Juvenil Marista, ele já começou a sentir que poderia contribuir mais para o mundo. "Eu estava em uma fase de pensar de maneira muito egoísta, que acho que todos nós temos enquanto jovens. Atuar na Pastoral me fez olhar para fora, perceber que a solidariedade é um ato de doação por um bem maior, e ser Irmão Marista é uma constante entrega, é dar a sua vida à serviço de Deus", reflete.  

Escolha séria

Caçula de uma família de cinco irmãos, Bruno conta que ao contar para a mãe, dona Vera, que iria se tornar um Irmão Marista, a primeira reação foi de desconfiança. "Ela achou que seria uma fase, que iria passar. Assim como quando eu falava que seria jogador de futebol. Mas quando ela viu que era uma escolha séria, começou a pesquisar mais sobre a vida dos Irmãos".

O mais novo da família, foi o primeiro a sair de casa para se preparar para se tornar um Irmão Marista. "Hoje minhas irmãs falam que nunca me viram tão feliz e realizado. Ser Irmão Marista para mim é servir uma Missão, um propósito de tornar Jesus Cristo conhecido e amado", reforça.  

Mesmo que para o Bruno o despertar para a vocação religiosa tenha acontecido muito cedo, cada vez mais nota-se que não há idade para a descoberta. Foi o que aconteceu com Valdecir Oliveira dos Santos, que aos 64 anos se prepara (em uma Casa de Formação) para se tornar um Irmão Marista.

"Meus amigos não acreditaram que eu seria capaz de deixar uma vida já independente, cheia de conquistas para seguir uma vocação que você renuncia a muitas coisas, mas ao conhecer os trabalhos dos Irmãos Maristas nas comunidades das periferias e a devoção deles por Nossa Senhora, a qual também sou muito devoto, senti que era o meu chamado", afirma.   

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