Resenha de Imprensa: No Brasil, Igreja espera reconciliação após eleições

"A campanha mais feroz da história do Brasil". É assim que o jornalista do jornal americano Crux descreve o processo eleitoral que terminou no domingo passado com a eleição do Presidente Lula como líder do Brasil. No rescaldo dos resultados, mesmo enquanto apoiantes do presidente em exercício Jair Bolsonaro ameaçavam bloquear o país, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiu uma declaração apelando ao povo a reconciliar-se e a procurar o bem comum. "A conclusão das Eleições 2022 convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre. Agora, todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral", escreveram os bispos brasileiros.

Contactado por Crux, o Bispo Adriano Ciocca Casino, de São Félix, estado de Mato Grosso, disse que "a maioria dos eleitores não são fanáticos e uma vez que a poeira assentar, será possível um diálogo". A fenda entre os dois líderes políticos é exacerbada na sua região amazônica, economicamente pressionada pelo agronegócio, que tem muitos apoiantes bolsonaristas. O bispo testemunha a violência da campanha durante a qual um sacerdote, por exemplo, foi insultado nas redes sociais.

Para o Arcebispo Roque Paloschi, de Porto Velho, no estado de Rondônia, chegou o momento da reconciliação, pois as estradas da sua região foram bloqueadas por manifestantes pró-Bolsonaro quando os resultados foram anunciados. "Acredito que a ordem prevalecerá e que as pessoas ficarão mais calmas e aceitarão o resultado das eleições. Os católicos devem ser sábios e prudentes, evitar a agressão e a vingança", disse, convidando os cristãos a recordar a oração de São Francisco: "Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz".

Crux, inglês

Embora muitas vezes classificado por alguns comentadores como progressista, o Cardeal Zuppi, membro da comunidade de Sant'Egidio e próximo do Papa, causou uma pequena surpresa nos círculos tradicionalistas quando aceitou presidir às Vésperas na peregrinação Summorum Pontificum a 28 de Outubro. A peregrinação, com o nome da carta apostólica de Bento XVI de 2007 autorizando a Missa Tridentina, tornou-se mais controversa desde que Francisco emitiu o Motu proprio Traditionis custodes em 2021, que limita a abertura permitida pelo seu predecessor. Daí a surpresa de ver o Arcebispo de Bolonha, considerado por muitos como o homem de Francisco dentro da Igreja na Itália desde que se tornou presidente da Conferência Episcopal Italiana recentemente, dando implicitamente um apoio visível ao movimento tradicionalista.

Mas esta participação corresponde ao posicionamento singular do cardeal, aponta a especialista do Vaticano Andrea Gagliarducci para a Catholic News Agency. De fato, este último, embora autenticamente alinhado com o pontífice e obediente, julgou, na sua diocese de Emília, que a comunidade tradicionalista não constituía um problema e rapidamente tomou medidas para que pudesse continuar a existir, respeitando as diretivas romanas. Uma solução "pragmática", segundo o jornalista italiano, que o distingue de outros cardeais que adotaram rapidamente uma linha mais dura.

Catholic News Agency, inglês

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The Pillar, inglês

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Vida Nueva Digital, espanhol

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Formiche, italiano