Santa Teresa de Lisieux, conhecida popularmente como “Pequena Flor”, é famosa pela vida simples que levou como carmelita. Em particular, sua autobiografia, História de uma alma, continua cativando os corações dos leitores.
Na raiz de sua espiritualidade, encontramos uma forte devoção ao Menino Jesus, motivo pelo qual ela recebeu o “título” principal na vida sua religiosa: “Santa Teresinha do Menino Jesus”.
Abaixo, separamos alguns fragmentos de seus escritos para nos ajudar a mergulhar na espiritualidade do Natal, reconhecendo nossa pequenez e nossa constante necessidade da amável misericórdia de Jesus:
1
Os dias de minha primeira comunhão ficaram gravados em meu coração como uma lembrança sem nuvens. (...) Lembra, Mãe querida, do precioso livrinho que fizestes para mim três meses antes da minha primeira comunhão? Aquele pequeno livro me ajudou a preparar metódica e rapidamente o meu coração, pois embora eu já viesse preparando-o há muito tempo, era necessário dar-lhe um novo impulso, enchê-lo de flores novas para que Jesus pudesse nele descansar.
2
Há algum tempo, eu havia me oferecido ao Menino Jesus para ser seu brinquedo. Disse a ele que não me utilizasse como um daqueles brinquedos caros que as crianças se contentam em olhar, sem se atrever a tocar neles. Mas que visse como uma bola sem valor, que pode ser jogada ao chão, ou chutada ... ou, se desse vontade, ser apertada contra o coração. Em uma palavra: queria divertir o Menino Jesus, agradá-lo, entregar-me aos seus caprichos infantis.
3
Eu sou uma alma muito pequena, que não pode oferecer a Deus mais do que coisas muito pequenas. E mais: com frequência deixo escapar alguns desses pequenos sacrifícios que dão paz à alma. Mas isso não me desanima: resigno-me de ter um pouco menos de paz e procuro ter mais cuidado na próxima vez.
4
Sobretudo, imito a conduta de [Maria] Madalena. Sua assombrosa, ou melhor, sua amorosa audácia, que cativa o coração de Jesus e seduz o meu. Sim, estou certa de que, embora tivesse consciência de todos os pecados que se podem cometer, iria, com o coração cheio de arrependimento, ficar nos braços de Jesus, pois sei como ele ama o filho pródigo que volta para ele.
5
O elevador que há de me levar ao céu são seus braços, Jesus! Para isso, não preciso crescer: pelo contrário, tenho que continuar sendo pequena, tenho que reduzir de tamanho mais e mais.