O pe. Gabriel Vila Verde compartilhou uma reflexão, em sua rede social, sobre a perda de encanto pelo presépio e pelo verdadeiro significado do Natal à medida que nos tornamos adultos e nos afastamos da inocência e da simplicidade da infância.
Ele escreveu:
"Quando criança, bastava um santinho de papel [com a Sagrada Família] para a minha imaginação voar longe… Era um encanto diferente pelo Menino Jesus, pelo Natal e pelos símbolos desta festa. Um simples pisca-pisca alegrava meu coração de menino católico.
Hoje, vivendo a fase adulta, me deparo com inúmeros presépios e nenhum deles é capaz de me extasiar como no passado.
Reconheci, com muito sacrifício, que o problema não está no presépio, mas na inocência e no coração de criança que ficou para trás. As durezas da vida roubam de nós o encanto, nos fazem ver o mundo com um olhar cansado, fatigado, sem brilho!
Foi então que eu comecei a rezar, pedindo: 'Senhor, devolve-me o encanto pelas tuas coisas que eu tinha quando criança! Não me deixes olhar para um quadro religioso e ver nele apenas um papel atrás do vidro! Não me deixes olhar para um presépio e ver apenas um amontoado de figuras de gesso! Devolve-me o coração de criança, para que a dura e cruel realidade não mate em mim a leveza da fé'.
Aos poucos, sinto que Ele me dá pequenas gotas de encanto, como Pedro diante do Cristo transfigurado no Tabor, mas logo Ele me faz descer a montanha e voltar para o cenário da vida, cheio de dissabores e conflitos. Hoje eu entendo o que Jesus queria dizer no Evangelho: 'Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus'".
O padre então concluiu com uma sugestão:
"E você? Ainda tem a graça de se encantar com o sagrado e com as coisas simples da vida? Se não, tá na hora de rezar pedindo a Deus um coração de criança…".