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Regime da Nicarágua condena padres católicos a 10 anos de prisão

NICARAGUA
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Daniel R. Esparza - publicado em 09/02/23
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4 padres e 2 seminaristas foram sentenciados na última segunda-feira

O esforço sustentado para silenciar as vozes dissidentes na Nicarágua continua mirando diretamente contra a Igreja Católica.

Em menos de cinco anos, a Igreja no país sofreu mais de 190 ataques e profanações, incluindo um incêndio na Catedral de Manágua, a expulsão das Missionárias da Caridade e o julgamento de um bispo, dom Rolando Álvarez, por alegada "conspiração", "divulgação de fake news" e, pasmem, até "crimes contra a espiritualidade".

Agora, um tribunal do regime condenou quatro padres católicos a 10 anos de cadeia por suposta "traição" e, novamente, "difusão de fake news" – as mesmas acusações que levaram à condenação de outro padre nicaraguense, Oscar Benavidez Dávila, neste mês de janeiro.

Segundo a Reuters, dois seminaristas católicos também foram condenados a uma década de prisão, pelas mesmas acusações.

Os quatro padres e os dois seminaristas pertencem à diocese de Matagalpa, da qual dom Rolando Alvarez é o bispo.

Dom Rolando, por sua vez, foi indiciado por "conspiração" num primeiro julgamento, do qual saiu condenado a permanecer em prisão domiciliar. Ele também é acusado de "conspiração para prejudicar a integridade nacional" e "propagação de notícias falsas por meio de tecnologias de informação e comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense".

O primeiro bispo preso e indiciado desde 2007

Dom Rolando Álvarez foi detido pela polícia em 19 de agosto, junto com outros sacerdotes e leigos católicos, após duas semanas de cerco à cúria por ter supostamente organizado "grupos violentos" com o "objetivo de desestabilizar a comunidade e o Estado nicaraguense atacando as autoridades constitucionais", dizem os registros policiais.

O bispo foi depois mantido em prisão domiciliar na capital, Manágua, enquanto as outras pessoas detidas com ele foram levadas para o presídio El Chipote, que foi denunciado pelo Centro de Direitos Humanos da Nicarágua (CENIDH), diversas vezes, como um centro de tortura.

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