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Natal não é o aniversário de Jesus

new year cozy home interior with christmas tree and garlands
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Julia A. Borges - publicado em 27/12/23
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Os encantos modernos que abrilhantam essa data não são, de forma alguma, nocivos por si só; afinal, é graça poder ter a família e os amigos reunidos; é graça ter uma mesa com alimento, e também é graça poder presentear um ente querido

A árvore linda já perfeitamente montada; o Papai Noel enfeitando muitas casas, sinal de mais um ano que finda, sinal de mais um Natal; mais uma vez todos à mesa para a troca de presentes e a degustação de uma apetitosa ceia. É uma festa; um encontro entre famílias, amigos e talvez pessoas nem tão conhecidas assim. Bem-vindos à celebração que em nada tem a ver com o nascimento de Jesus Cristo.

Aqui não serão debatidas as questões sobre a resolução da data de 25 de dezembro, até porque ainda são muitas as apreciações sobre o verdadeiro dia. Ainda há algumas poucas comunidades que comemoram no dia 16 de dezembro, outras até mesmo em 6 de janeiro. A escolha deste dia possui algumas explicações que vão desde a questão do equinócio e do culto ao Sol Invicto, como também algumas evidências de que a data foi definida por cálculos a partir do evangelho de João, que diz que Jesus foi crucificado em 14 Nissan, e a conversão do dia ao calendário lunar judaico resultava em 16 ou 25 de março. Em outros termos, são hipóteses que ainda não foram totalmente reputadas, mas que não são o foco a ser discutido.

Os encantos modernos que abrilhantam essa data não são, de forma alguma, nocivos por si só; afinal, é graça poder ter a família e os amigos reunidos; é graça ter uma mesa com alimento, e também é graça poder presentear um ente querido. A problemática não se encontra no que, mas no motivo de tudo isso. Basta perceber que muitos, inclusive católicos, ainda acreditam que nesta data comemora-se o aniversário de Cristo. Quanta pequenez para o tudo. Fato é que o Natal não é o aniversário de Jesus, mas sim, o nascimento Daquele que se fez carne por mim e por você. E por mais contraditório que tal afirmação possa ser, é simples pensar que em sua etimologia, o termo advém do latim:  annus (ano) e vertere (voltar/virar) e significa aquilo que volta todos os anos.

Sem querer comparar a grandeza do filho de Deus com os seres humanos, é válido, todavia, fazer um paralelo com os indivíduos vivos que comemoram o seu nascimento e contabilizam ao longo de toda a vida; já aos mortos, essa contagem não mais ocorre. Aos Santos, por seu turno, com exceção de João Baptista e da Virgem Maria, a celebração é feita pela data de entrada no céu e não mais de seu nascimento.

Ao longo dos 33 anos de Jesus Cristo nesta terra não há conhecimento de comemoração de seu aniversário, e mesmo que não haja possibilidade de certeza de que a data nunca foi celebrada pelos seus pais e amigos, o fato é que não se deve reduzir por inteiro a grandeza de Deus, feito carne, ao habitar este mundo. Seu nascimento deve ser celebrado no dia 25 não como uma contabilização de anos, mas a certeza de que a sua vinda foi a concretização do elo perfeito e salvífico que nos leva ao céu, à morada que tanto nos esforçamos para um dia estar.

Foram 30 anos desconhecido, atuando como carpinteiro, sendo apenas um bom filho, sendo apenas um bom amigo, sendo apenas um bom cidadão. Sendo apenas. Mesmo o tudo se fez pouco para dar a vida a você que não crê, a você que se sustenta na arrogância da pseudo sabedoria científica, a você que é tão soberbamente humilde; a você que insiste em jogar pedras no irmão mas possui uma tremenda benevolência para consigo. A você que prefere ser rei de um reino de miséria e escravidão a ser membro de um reino de verdade e liberdade. Somos tão pequenos e por isso nem conseguimos ser “apenas”.

Vá, irmão! Olhemos além do que mostra a nossa pequena janela e percebamos o mundo lindo que nos aguarda se ao menos tentarmos nos deixar repousar no colo Daquele que nasceu e morreu por nós! Neste Natal, celebre o “apenas”, celebre a graça que lhe sustenta todos os dias.

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