No dia 20 de janeiro, a Igreja celebra a festa de São Sebastião, um mártir do século III de Milão, que se tornou capitão da guarda do Império Romano e ajudou e converteu secretamente muitos cristãos que eram perseguidos pelo imperador da época. Mas como esse antigo cristão, que foi martirizado por sua fé duas vezes – já que sobreviveu à primeira tentativa de execução –, se tornou o padroeiro do Rio de Janeiro?
A história remonta ao período colonial do Brasil. Na década de 1560, protestantes franceses haviam se estabelecido na baía de Guanabara e se aliado aos índios tupinambás da região. Os portugueses, sob a direção do general Estácio de Sá, considerado o fundador da cidade carioca, começaram a lutar contra os franceses e seus aliados para conquistar o controle do território. As armadas portuguesas eventualmente derrotaram os franceses e seus aliados indígenas em uma batalha no dia 20 de janeiro de 1567.
Um protetor no céu
A lenda diz que São Sebastião foi visto lutando ao lado dos portugueses, e, de fato, a batalha foi vencida no dia de sua festa. Portanto, Estácio de Sá solicitou a construção de uma igreja em honra ao mártir, hoje a Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos. Isso deu início a uma forte devoção a esse santo, que ainda persiste na cidade até hoje. Por exemplo, o Rio de Janeiro observa um feriado no dia 20 de janeiro, e a arquidiocese organiza muitos eventos, peregrinações e liturgias.
O mártir também é invocado quando a cidade enfrenta dificuldades. “Em outros momentos, como nos períodos de pestes e enfermidades, tais como a gripe espanhola no início do século XX, ou a pandemia de Covid-19 em 2020, o Rio de Janeiro sabe que tem no céu um especial protetor que roga por essa cidade, tão ferida por muitas flechas, mas com um povo que sabe contornar as dificuldades com alegria, fé e esperança,” escreveu o Cardeal Orani Tempesta, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, em uma carta publicada no site da diocese em 6 de janeiro de 2025.
Assista ao vídeo para saber mais sobre a vida desse santo!