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Cavaleiros da Fé, você os conhece?

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Paulo Teixeira - publicado em 17/02/25
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A cidade de Florença teve seu auge no século XIII. Às margens do rio Arno viviam mais de 40 mil pessoas que habitavam uma cidade desenvolvida que se dedicava-se, sobretudo, ao comércio. Naquele século chegaram à cidade as ordens mendicantes como franciscanos e dominicanos que se instalaram fora do perímetro urbano testemunhando a fé com simplicidade. À sombra dos nobres e cavaleiros que passavam com seus cavalos pelas portas da cidade, estavam pobres e religiosos que com eles viviam levando a sérios e profundos questionamentos da sociedade. A juventude dessa pujante cidade vivia com interesse na ampliação das alianças financeiras e também apreciavam as honras militares e viam surgir divisões por interesses políticos que levavam grupos a se enfrentar de forma agressiva. Neste contexto medieval onde surge de tudo um pouco, desde magnificas obras de artes até conspirações, um grupo de sete comerciantes se uniu por meio de uma amizade espiritual e iniciaram, assim, a Companhia dos Servos de Maria. 

Os amigos que se uniram

Os amigos eram: Bonfiglio, Bonagiunta, Manetto, Amádio, Alexis, Sostegno e Ugoccio. Influenciados pelos monges de Camaldoli, Vallambrosa e Cluny que viviam de forma renovada o compromisso da vida religiosa e comunitária, decidiram iniciar uma vida de recolhimento e oração.  Eles se opuseram aos conflitos por interesses que agitavam Florença, distribuíram entre os pobres seus bens, e, em 1233, se dirigiram a Villa Camarizia, na periferia da cidade. Com vestes simples, dedicavam suas jornadas à oração e ao trabalho, vivendo de forma austera e solitária. 

Causou muito impacto em Florença a opção de vida dos sete conhecidos e bem sucedidos mercadores. Muitas pessoas iam verificar com os próprios olhos o que estava acontecendo e diversas pessoas recorriam às suas orações e conselhos.  Naquele contexto, ao invés das honras militares e de servirem a reis e nobres, os sete homens se proclamaram servos de Maria. 

A história

Diferente de uma expansão militar, os religiosos se instalavam em lugares afastados e construíam suas cabanas até mesmo em castelos abandonados. Com a coragem de cavaleiros, combatiam o mal com as armas do bem por meio de uma profunda vida interior nutrida pela oração. Não serviam a nenhum nobre, nem tinham armaduras de cavaleiros, cultivavam as terras que recebiam como doação, davam eloquente testemunho pela vida de simplicidade.

Na época havia questionamentos às ordens mendicantes, mas a Ordem dos Servos de Maria conseguiu a aprovação definitiva do Papa Bento XI em 1304. Na época da aprovação, os religiosos eram muito numerosos, contudo, dos sete primeiros, somente estava vivo Alexis. O aguerrido cavaleiro que passou por muitas batalhas com sua companhia, testemunhou o florescimento da árvore que brotou da amizade espiritual da juventude. Ele viveu até 1310 chegando aos 110 anos. Em 1888 o Papa Leão XIII canonizou juntos os sete religiosos que estão sepultados juntos em Monte Senário, na Toscana. 

Exemplo de hoje

Em nosso tempo o exemplo dos sete servos de Maria nos recorda o valor da amizade espiritual, de vínculos que unem pessoas e comunidades, e são um testemunho de fé. Aos deixar tudo para serem servos de Maria, eles nos recordam a importância de orientar as decisões da vida pelos valores da fé para deixar as coisas do “mundo” e abraçar o estilo de vida do Reino de Deus.

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