Quer já tenham ou não feito a primeira comunhão, aqui estão algumas idéias para ajudar as crianças a aprofundar sua fé em Jesus-Eucaristia e viver em maior proximidade com eleLudovic que tem 10 anos de idade, sai da igreja após a missa. Diante do olhar atônito de um de seus primos, ele tira uma hóstia do bolso e, rindo, diz: “O corpo de Cristo” e come ela. Na hora da comunhão, ele colocara secretamente a hóstia consagrada no bolso e se julgava ousado em mostrar essa “façanha” ao primo. Isto foi uma proeza triste, certamente, que mostra sem dúvida que Ludovic não entendeu muito sobre a Eucaristia. Este tipo de comportamento não é tão estranho quanto você possa imaginar, por isso deve nos motivar a tomar uma forte decisão de educar os filhos sobre a Eucaristia.
Por que respeitar o pão e o vinho consagrados?
A resposta é – ou deveria ser – óbvia: o pão e o vinho consagrados não são mais pão e vinho, mas Corpo e Sangue de Jesus. “Pela consagração do pão e do vinho, dá-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue (…). A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura enquanto subsistem o pão e o vinho já consagrados”, diz o Catecismo da Igreja Católica, § 1376 e 1377. Os gestos de adoração expressam e sustentam a nossa fé. Respeitamos o pão e o vinho já consagrados porque acreditamos que Jesus está realmente presente neles. Mas o inverso também é verdadeiro: os gestos de adoração ajudam-nos a crer que a hóstia consagrada é Jesus Cristo.
Certamente, Jesus está sempre muito próximo e podemos ter a maior das familiaridades com Ele. Mas Ele também é o Altíssimo e essa familiaridade só pode ser adorável. Isso é especialmente verdadeiro quando Ele se entrega a nós na Eucaristia. Na verdade, Ele escolhe alimentos tão triviais que é fácil esquecer que o pão e o vinho consagrados não são mais pão e vinho. Os gestos de adoração ajudam-nos a entrar numa realidade que foge aos nossos sentidos: Jesus está aí.
Filhos e eucaristia: lembrar as crianças de certos princípios elementares
A educação para o respeito pela Eucaristia começa muito antes da primeira comunhão. Quando uma criança pequena vê seus pais ajoelhados no momento da consagração ou após a comunhão, ela sente que esta hóstia tão branca não é um simples pedaço de pão, que é uma coisa excepcional. À medida que cresce, é absolutamente natural que imite os gestos e as atitudes dos mais velhos e esta educação corporal é já uma forma de descobrir a Eucaristia.
Certamente, os gestos não são suficientes: a catequese eucarística não pode se limitar a aprender as atitudes que correm o risco de se tornarem hábitos sem sentido. Podemos verdadeiramente adorar à Jesus sem nos ajoelhar. Mas não é Jesus quem precisa que nos ajoelhemos, mas nós. Somos seres humanos e é essencial que rezemos com o nosso corpo. Se não fizermos nenhum gesto de adoração, se não ensinarmos as crianças a fazê-los, acabaremos sem saber adorar.
A preparação para a primeira comunhão deve insistir nesta educação para o respeito da Eucaristia. O essencial não está aí. Mas o essencial acontece aí. Enquadrar o momento da consagração com particular solenidade, prestar atenção aos gestos da comunhão, relembrar às crianças alguns princípios elementares (como não comer doces na missa), tudo isto é importante.
O jejum eucarístico para se preparar para receber Jesus
Além disso, não se esqueça do jejum eucarístico. Como as regras desse jejum foram relaxadas consideravelmente (pede-se que se abstenha de toda comida ou bebida, exceto água e remédios, pelo menos uma hora antes da comunhão), acabou sendo considerado opcional. Porém, este jejum é uma forma muito bela e muito encarnada, e portanto profundamente humana, de nos prepararmos para receber Jesus. As crianças são muito capazes de compreender o seu significado e sua importância, se apenas a apresentarmos não como uma obrigação formal, mas como um ato de respeito e amor.
A educação dos filhos para o respeito da Eucaristia diz respeito a todos: não hesitemos em gerar uma reflexão sobre o tema na nossa paróquia. Que gesto de adoração propomos às crianças no momento da consagração? Como promover o recolhimento durante a comunhão? Que atitude devemos ter se uma criança vai tomar a comunhão mascando chiclete ou fazendo barulho? São muitas as questões que requerem respostas concretas e, sobretudo, um aprofundamento da nossa fé em Jesus-Eucaristia.
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Christine Ponsard