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Marido, filhos, trabalho, lazer… Ao quê a mulher deve dar a prioridade?

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Edifa - publicado em 09/11/20
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Não é incomum que uma mulher se sinta dividida entre sua vida de casada, sua missão materna e seus compromissos externos. Que peso deve ser dado a cada uma dessas dimensões?Que mulher nunca se sentiu culpada por achar que não está fazendo o suficiente? Não dedicar tempo suficiente aos filhos e ao marido; ou não estar disponível para ajudar nas tarefas da escola do seu filho ou leva-lo para ver um amigo; não manter a casa impecável ou não ser excepcional no trabalho… A lista poderia ser infinita. Então, ao quê a mulher deve dar prioridade? E como estabelecer nossas prioridades? 

Ouvir a Deus para discernir quais escolhas tomar

“Quando estou no escritório”, suspira Sophie, mãe de três meninos, “eu me culpo por não estar com meus filhos; e quando estou com eles, penso em tudo que não fiz no escritório”. Já Doroteia, cujos cinco filhos têm entre 5 e 12 anos, lamenta que sua maternidade venha às custas de seu casamento: “Quase não temos mais momentos a dois. Quando meu marido chega em casa à noite, já me sinto tão cansada que só tenho um desejo: dormir!”.

É claro que ninguém consegue ficar disponível 24 horas por dia. Além disso, o Senhor não nos pede isso tudo! Ele nunca exige ou exigirá de nós coisas impossíveis ou inalcançáveis. Quando sentimos que precisamos realizar mil tarefas ao mesmo tempo, é porque vamos acrescentando para além da vontade de Deus, os nossos próprios projetos. Queremos fazer muito, enquanto o Senhor nos pede apenas o que podemos realizar pacificamente a cada dia. Para discernir as escolhas que devemos fazer precisamos ouvir a Deus: Ele nos fala no silêncio da nossa oração diária, através da sua Palavra – que deve ser desfrutada sem moderação – e através dos nossos irmãos – especialmente nosso marido e nosso possível pai espiritual.

Mulher e prioridade: o amor conjugal vem em primeiro lugar

Os momentos que passamos a dois não podem ser destinados aos nossos filhos. Eles são, contraditoriamente, os primeiros beneficiários desses momentos. O que nossos filhos mais precisam são de pais amorosos. Porém, o amor não é entregue de uma vez só no dia do casamento, como uma casa que se recebe junto às suas chaves. Casamos para nos amar, e assim há muito a se fazer, pois construir o amor, dia após dia, requer tempo e disponibilidade. Para começar, é essencial que regras simples definam claramente o espaço reservado ao casal em casa. Eles têm o direito de jantar sozinhos sem serem incomodados a cada cinco minutos; você não pode entrar no quarto deles sem bater; e a cama deles não é a sua, mesmo em caso de doença ou pesadelo.

As crianças estão nos monopolizando? Precisamos encontrar uma maneira de respirar, de ficar a sós e nutrir a paixão. Nem sempre é fácil, mas é possível na grande maioria dos casos. Contudo é preciso querer! Quantas mulheres que sonham com um fim de semana a dois acabam encontrando elas mesmas mil desculpas para não realizar esse projeto! O dinheiro que não é suficiente, os filhos que ainda são muitos e muito pequenos, os avós que estão distantes, dentre outras. Podemos nos organizar em família para ajudar a cuidar dos filhos uns dos outros. Além disso, não é preciso ir muito longe para curtir esse tempo juntos. Mesmo ficando em casa você pode simplesmente saborear a alegria de conversar sem ser interrompido, de ir à missa em uma igreja próxima, ir ao parque fazer um piquenique ou jantar à luz de velas. Resumindo: saia da rotina!

Mulher e prioridade: para se dar, você precisa ter o que doar

Levadas pela extrema generosidade, algumas mulheres já não sabem mais se cuidar. E quando se permitem uns dias de “férias” na praia – sem filhos, sem marido – o demônio da culpa vem torturá-las. Nesse momento apenas pare, silencie esse demônio, não para se comportar como uma pessoa egoísta, mas para exercer a mais básica caridade consigo mesma: aprender a recarregar as baterias.

Cabe a cada um compreender o que precisa: oração, claro, e um mínimo de silêncio e solidão. Mas também um momento de leitura ou desenho, de dança, natação, visitas a museus ou caminhadas ao ar livre. Essas poucas horas de reencontro consigo permitem que sejamos melhores esposas e mães. Não esqueçamos o conselho de São Bernardo: “Só podemos doar daquilo que transborda em nós: faça de si mesmo um reservatório antes de ser um canal“.


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Christine Ponsard

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