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Trabalho manual, sinal de grande inteligência

Man, DIY
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Edifa - publicado em 21/05/21
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Para alguns, o DIY (faça você mesmo) é acima de tudo um hobby. Para outros, uma forma de economizar bastante. Descubra os grandes benefícios do trabalho manual

Um estudo extremamente sério provou que a criatividade e o crescimento de uma empresa dependem muito da sua capacidade de praticar o DIY. Pessoas criativas! No entanto, poderíamos pensar também que o DIY produz principalmente pessoas estressadas. Aquele que tenta montar, sem sucesso, seu próprio armário cheio de buracos quadrados com parafusos redondos, ou aquele que fica pendurado numa escada durante quinze dias tentando fazer o trabalho. Fora essas situações, ser habilidoso com coisas manuais pode ser considerado um elogio?

O grande intelectual que foi Aristóteles afirmou energicamente: é porque o homem é o mais inteligente dos animais que ele tem... mãos! Trabalhar com as mãos, portanto, não é prova de incapacidade intelectual, pelo contrário, é um sinal de grande inteligência. O DIY sempre nos apresenta problemas para resolver: por que há mais água debaixo da pia do que dentro dela? Como melhorar essa pintura sem precisar destruir metade da parede? Como montar uma barraca que bloqueie a água, mas que permita passar o vento? A matéria obedece a leis que não inventamos, por isso teremos que descobri-las e lidar com elas.

“Fazer com o que temos”. Este é o lema inteligente dos fãs do DIY, que aceitam antecipadamente as leis da realidade e a limitação de seus recursos. O marinheiro terá que remendar rapidamente seu mastro se quiser continuar a navegar. Seu tempo é limitado, assim como seus meios materiais. Existe então uma certa sobriedade, aliada a grande engenhosidade, naquele que busca obter a máxima eficiência com o mínimo de recursos disponíveis; naqueles que consertam os objetos para fazê-los durar em vez de jogá-los fora.

O adepto do faça-você-mesmo não considera o que vê como algo incompreensível. Ele fica indignado, por exemplo, que o motor de seu carro esteja escondido sob uma superfície lisa. Ele fica indignado com o fato de que a simples troca de uma lâmpada de seta se tornou uma missão impossível porque não conseguimos facilmente acessá-la. Ele fica indignado com o fato de cada peça estar soldada, como se o seu mecanismo devesse permanecer um mistério.

Melhor do que ninguém, quem trabalha com as mãos entende as relações de causa e efeito. Ele percebe até que ponto a exatidão de uma medida, a exatidão de um gesto, são ricos em consequências. Ele deve, portanto, prever os riscos e estimar constantemente a relação risco-benefício. Sua experiência, seu julgamento, seu senso de detalhe, o levarão às melhores decisões.

Quem trabalha com as mãos não tem medo de mexer, improvisar, fracassar, ter que recomeçar, combinar truques e acima de tudo, tem a alegria de admirar o resultado de sua obra. Ou lamentar, no caso do armário, se a porta ficar na sua mão na primeira vez que tentar fechá-la! Mas, em todo caso, o que sai de nossas mãos é o resultado de nossa inteligência.

Jeanne Larghero