Antoine Mekary | ALETEIA
[big_first_char_text]As escassas informações que chegaram até nós sobre o Papa Evaristo estão contidas no Liber Pontificalis, que é uma coleção cronológica de biografias de papas até o século VI.
Pouco se sabe de Evaristo: teria nascido em Belém, por volta do ano 50, no seio de uma família judia helenizada, foi formado em Antioquia e teria se convertido ao cristianismo em Roma.
Sabe-se que sua eleição para a cátedra de Pedro deu-se no ano de 97 e que regeu a diocese de Roma em substituição ao Papa Clemente I, exilado na Táurica, nos tempos da perseguição do imperador Domiciano ou, mais provavelmente, de Trajano.
Questiona-se se Evaristo deva ser considerado já Papa (e não apenas um “vice”) no ano 97, quando Clemente I estava em exílio; ou só a partir de 101, ano no qual Clemente morreu mártir, na Crimeia (registro de Eusébio de Cesareia em sua Historia Ecclesiastica). Para Eusébio, é claro: Clemente, depois de nove anos de pontificado (88-97), “...passou o sacro ministério para Evaristo”.
O Liber Pontificalis reporta que ele dividiu Roma em sete diaconias, ou títulos, lugares santificados pelo martírio dos cristãos, posteriormente, destinados à construção de uma igreja na memória deles (as “antepassadas” de nossas atuais paróquias). Esses “títulos” estão na origem da nomenclatura dos cardeais-presbíteros que normalmente possuem um “título” na cidade de Roma. Evaristo também teria ordenado que os bispos pregassem sempre na presença de diáconos, não só pela solenidade, mas para testemunhar sua ortodoxia; em seu pontificado começou a prática da bênção pública após a celebração do matrimônio civil.
O Liber Pontificalis indica o sepultamento de Evaristo junto ao túmulo de São Pedro, na Necrópole do Vaticano, embora outra tradição diga que tenha sido sepultado na Igreja de Santa Maria Maggiore alla Pietrasanta, em Nápoles.
O martírio de Evaristo, embora esteja registrado pela tradição da Igreja, não é historicamente comprovado, sendo considerado entre os anos de 107/108. Uma tradição muito antiga afirma que ele teria sido mártir da fé durante a perseguição aos cristãos, decretada pelo imperador Trajano.
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