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Afinal, a árvore de Natal não é um símbolo pagão?

Árvore de Natal São Bonifácio
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Reportagem local - publicado em 05/12/18
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Não. E você vai ficar encantado ao conhecer a sua história!

É recorrente ouvir afirmarem que a árvore de Natal é um símbolo "forçado", de origens pagãs, mais ou menos "adaptado" ao cristianismo e um tanto "avulso" no meio do real significado natalino.

Certamente, o elemento visual mais evidentemente cristão do Natal é o presépio, mas isso não quer dizer que o simbolismo da árvore seja "avulso" ou "forçado": ele recorda mensagens essencialmente natalinas e tem tudo a ver com o evento (indescritível, no fim das contas) do Nascimento do Filho de Deus em meio a nós.

Compreender o simbolismo da árvore de Natal nos exige conhecer o impacto de São Bonifácio na vida da Igreja e o quanto o seu testemunho missionário impactou os cristãos que ele converteu do paganismo.

São Bonifácio, o incansável

São Bonifácio nasceu na Inglaterra por volta do ano 680 e, após entrar na ordem dos monges beneditinos, foi enviado como missionário à região da atual Alemanha, onde se tornou bispo.

Ele percorreu as terras germânicas como apóstolo incansável que levava a todos a mensagem de Cristo. Nas palavras do Papa Bento XVI, ele tinha um “dom para a organização” e era reconhecido pelo “caráter flexível, amigável e forte”.

O encontro com os pagãos que sacrificavam gente

São Bonifácio árvore de Natal
Creative Commons

Na região da Baixa Saxônia, perto de Geismar, dizem os relatos populares que havia uma comunidade pagã que, no inverno, realizava sacrifícios de animais e até de pessoas ao deus nórdico do trovão, Thor - e a vítima humana costumava ser uma criança. O terrível sacrifício era feito junto a um carvalho, árvore considerada sagrada por aquele povo. Tratava-se, precisamente, do “Carvalho do Trovão”.

Lá pelo ano 723, São Bonifácio viajava por aquela região e, a conselho de outro bispo, resolveu destruir o Carvalho do Trovão para acabar com aqueles assassinatos abomináveis e para mostrar aos pagãos que não cairia do céu nenhum raio lançado por Thor contra a sua cabeça.

Junto com seus companheiros, São Bonifácio chegou ao vilarejo na véspera de Natal, justo a tempo de impedir o sacrifício. O santo se aproximou das pessoas reunidas diante do Carvalho do Trovão, levantou seu báculo de bispo e declarou:

O carrasco ainda tentou levantar um martelo para matar o menino que ia ser sacrificado, mas o bispo estendeu o báculo para frear o golpe e então aconteceu o milagre: o báculo de madeira fez o pesado martelo de pedra se espatifar, salvando aquela vida inocente.

Um magnífico discurso de Natal

Segundo a tradição, São Bonifácio disse ao povo:

Bonifácio então, sempre de acordo com os relatos populares, pegou um machado que estava perto do carvalho e, quando o brandiu no ar, uma poderosa rajada de vento varreu de repente o bosque e derrubou a árvore pelas próprias raízes, deixando-a em quatro pedaços. Com sua madeira, ele construiria mais tarde uma capela.

Diante do povo estarrecido porque Thor não fulminara Bonifácio com seu raio vingador, o bispo prosseguiu o seu discurso, agora apontando para outra árvore ali próxima: um pequeno abeto.

O surgimento de um símbolo

É claro que não existem registros documentais desse episódio para além das tradições repassadas popularmente.

O que é fato histórico é que São Bonifácio realmente foi um dos maiores responsáveis pela conversão dos povos germânicos, pela eliminação dos sacrifícios humanos vinculados aos cultos pagãos naquela região e pelo início de uma nova tradição que perdura até hoje: a de, na época do Natal, decorar nos lares uma árvore que celebrasse a nova vida trazida pelo nascimento do Salvador.

Atribui-se a São Bonifácio, historicamente, a adoção da árvore de Natal como símbolo da vinda de Jesus.

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