O pe. Cido Pereira responde à pergunta de uma leitora: “Minha querida, como é possível se sentir mal diante de Deus?”Em sua coluna no jornal arquidiocesano O São Paulo, o pe. Cido Pereira respondeu à seguinte colocação de uma leitora:
Veja o relato que recebi da Dalva, do bairro de Santana: “Há muitos anos, quando eu era bem mais jovem, fui a uma missa de sétimo dia e me senti muito mal. Desde então, não consigo ir a missas de sétimo dia, quando acontecem de noite. Estou em falta com Deus?”
Dalva, por favor: por que você se sentiu mal numa missa, passou a sentir-se mal em todas as outras? Minha querida, como é possível se sentir mal diante de Deus?
Ir a uma missa de aniversário de morte é um ato de amor pelo falecido, porque pedimos a ele a misericórdia de Deus. Eu até aproveito para dizer a você e a todos que a missa pelos mortos é pela salvação da alma deles. Não existe missa em homenagem aos mortos, por mais merecedores que tenham sido. A Igreja usa a expressão “missa em sufrágio da alma de …”.
Participar de uma missa de sétimo dia, de um mês ou de um ano é um ato de fé na vida eterna. Proclamamos que a morte não é o fim de tudo, mas o começo de uma nova vida. Para quem não crê na vida eterna, a missa por quem morreu, parente ou amigo, pouco ou nenhum valor tem, porque, para quem vai a uma missa sem a correta disposição de coração, torna-se impossível a comunicação com Deus. Se para alguém a morte é o fim, é a destruição, que sentido haveria em orar pelos mortos?
Enfim, minha querida Dalva, a missa pelos mortos é um ato de esperança. Quem eu amo se dirigiu a Deus. Um dia nos reencontraremos Nele. Então, minha irmã, faça um esforço e, quando a morte levar alguém que você ama – parente ou amigo –, vá à missa confiar a alma do falecido à misericórdia de Deus.
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