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Como rezar o terço da Divina Misericórdia?

Jesus Merciful heart
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Reportagem local - publicado em 03/07/20
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Entenda o poder destas palavras: "Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro!"

Entenda o poder destas palavras: “Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro!”

Jesus ensinou a Santa Faustina o Terço da Misericórdia e pediu que ela o espalhasse pelo mundo; graças a Deus, essa devoção se espalhou: é uma fonte de graça e de misericórdia, especialmente para os moribundos.

Segundo o Diário de Santa Faustina, ela escreveu após uma visão em 13 de setembro de 1935:

“Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus […] a ponto de atingir a terra […] Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e não mais podia executar a justa punição […]”.

Como rezar

No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou esta oração nas contas do rosário:

1 – Primeiro reze um ‘Pai Nosso’, uma ‘Ave Maria’, e o ‘Credo’.

2 – Então, nas contas maiores, diga as seguintes palavras:

“Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”.

3 – Nas contas menores, diga as seguintes palavras:

“Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”.

4 – Conclua dizendo estas palavras três vezes:

“Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

A promessa de Jesus

Mais tarde, Jesus disse à Irmã Faustina:

Pela recitação desse Terço agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz“.

“Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade dos seus pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não desespere, mas se lance com confiança nos braços da minha Misericórdia, como uma criança nos braços da mãe querida. Estas almas têm sobre meu Coração misericordioso um direito de precedência. Dize que nenhuma alma que tenha recorrido a minha Misericórdia se decepcionou nem experimentou vexame […]”.

“[…] Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso”.

Formas devocionais

Foi numa referência à Divina Misericórdia que, entre os anos 1931 e 1938, o Senhor Jesus revelou a Santa Faustina algumas novas formas devocionais para auxiliar o cristão a se aproximar desse aspecto de seu mistério.

Essas formas devocionais são o terço, a novena, a hora, a imagem da Divina Misericórdia – que uma vez abençoada, torna-se um sacramental -, e uma nova celebração litúrgica, a Festa da Divina Misericórdia, aprovada no ano 2000 pelo papa João Paulo II e enriquecida com especiais indulgências.

Santa Faustina alimentava a sua vida cristã sobretudo da Sagrada Liturgia, pois vivia intensamente cada celebração, mas o Espírito não deixava de suscitar nela as mais variadas expressões devocionais relacionadas a Deus, aos Santos e de um modo especial ao mistério da Divina Misericórdia.

O Terço da misericórdia deve ser rezado especialmente na preparação para a Festa da Misericórdia, o que indica o seu elo com a Liturgia da Igreja, particularmente os sacramentos da Eucaristia e Confissão.

“O Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira Santa” (D 796). Todavia nada impede que seja rezado em outras circunstâncias. O próprio Jesus pede a S. Faustina para rezá-lo várias vezes: Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei (D 687); Vai falar com a Superiora e diz que desejo que todas as Irmãs e educandas rezem esse Terço que te ensinei. Devem rezá-lo por nove dias na capela, com o fim de pedir perdão a Meu Pai e suplicar a misericórdia de Deus para a Polônia (D 714; cf. 851). Algumas vezes Faustina reza o Terço da Misericórdia pedindo bom tempo (ora a chuva, ora o fim da tempestade) – e obtém a graça (D 1128; 1731; 1791). Imitando o crucificado, em certas ocasiões a religiosa polonesa o recitou com os braços abertos, associando, assim, a oração ao sacrifício (D 246; 934; cf. 847).

O costume de rezar breves fórmulas de oração consecutivas e numeradas mediante um artifício qualquer (contagem dos dedos, pedrinhas, ossinhos, grãos…), constitui uma das expressões da religiosidade humana, independentemente do Credo que alguém professa.

Entre os cristãos, tal hábito já estava em uso entre os eremitas e monges do deserto nos séculos IV e V. Tomou incremento especial no Ocidente, com a recitação do “Pai-Nosso” um certo número de vezes consecutivas.

Por volta do ano 1150 ou pouco antes, os fiéis conceberam a ideia de dirigir também a Maria 150, 100 ou 50 saudações consecutivas, à semelhança do que faziam repetindo a oração do Senhor.

Cada uma das séries de saudações (às quais cá e lá se acrescentava o “Pai-Nosso”) devia, segundo a intenção dos fiéis, constituir uma coroa de rosas ofertada à Virgem Santíssima; daí os nomes de “rosário” e “coroa” que se foram atribuindo a tal prática; a mesma era também chamada “Saltério da Virgem Santíssima”, pois imitava as séries de 150, 100 ou 50 “Pais-Nossos”, que faziam as vezes de Saltério dos irmãos conversos nos mosteiros.

O dominicano Alano da Rocha (+1475) sugeria a recitação de 150 mistérios, que percorriam os principais aspectos da obra da Redenção.

O Terço de Nossa Senhora recebeu a aprovação e recomendação da Igreja em inúmeras ocasiões (cf. João Paulo II, Rosarium Virginis Mariae).

O Terço da Misericórdia não pretende substituir o Terço de Nossa Senhora ou nenhum outro (das Lágrimas de Maria, da Divina Providência etc.), mas favorecer particularmente a nossa confiança na divina misericórdia.

Na medida do possível, o fiel é convidado a rezar frequentemente – sozinho ou em grupo – tanto um como o outro.