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O Papa acredita que morrerá em Roma e que não voltará para a Argentina

Papa Francisco
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Reportagem local - publicado em 01/03/21
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Declaração está em “A Saúde dos Papas”, livro que acaba de ser lançadoO Papa acredita que morrerá em Roma e que não voltará para a Argentina, conforme declarações dele próprio em entrevista que faz parte do livro “A Saúde dos Papas – Medicina, Complôs e Fé. De Leão XIII a Francisco“. A obra foi lançada nesta segunda, 1º de março, no país natal do pontífice.

O autor do livro é o médico e jornalista Nelson Castro, compatriota do Papa. Ele entrevistou Francisco no Vaticano em fevereiro de 2019.

O Papa acredita que morrerá em Roma

Entre as muitas perguntas e respostas, o livro se encerra com a questão da morte. Francisco revela que pensa nela, mas não a teme. Quando Nelson Castro lhe pergunta como imagina que morrerá, Francisco responde:

“Sendo Papa, em exercício ou emérito. E em Roma. Para a Argentina não retorno”.

De fato, o Papa Francisco declarou que não sente falta da sua terra:

“Não, não sinto. Vivi lá durante 76 anos. O que me aflige são os seus problemas”.

O pulmão do Papa

De volta ao assunto saúde, Francisco desmentiu a muito propagada história de não teria um dos pulmões: ele explica que, em 1957, foi mesmo operado para a retirada do lóbulo superior do pulmão direito, onde tinha três cistos, mas não perdeu um pulmão inteiro. Além disso, não teve sequelas do episódio:

“A recuperação foi completa e nunca senti qualquer limitação nas minhas atividades”.

Tensões e neuroses

Sobre a saúde mental, o Papa conta que, durante a ditadura argentina (1976-1983), acolheu uma psiquiatra, a cujo auxílio médico ele recorreu durante 6 meses. Na época, Bergoglio transportava perseguidos políticos de modo clandestino para ajudá-los a fugir do país e, assim, salvar a sua vida. Ele comenta:

“Imagine como era levar uma pessoa escondida no carro e passar por três barreiras de controle militar na área do Campo de Mayo. A tensão que aquilo causava em mim era enorme”.

O Campo de Mayo é nada menos que o maior quartel militar argentino.

O Papa também falou abertamente sobre suas próprias neuroses, que considera nascidas da ansiedade e da tristeza:

“As neuroses devem ser alimentadas com mate. Não só isso: temos que tratá-las com carinho também. Elas são companheiras da pessoa durante toda a sua vida”.

Livro “histórico, atemporal e único”

Sobre o livro, o autor Nelson Castro resume:

“É um livro histórico, atemporal e único. Histórico porque tudo o que ele conta é verdadeiro e documentado. Atemporal porque é uma história que supera qualquer ficção. E único porque, pela primeira vez, um Papa fala da sua saúde com a clareza de Francisco”.


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