O que é um credo e por que a Igreja tem várias versões do seu credo? Como termo geral, um "credo" é basicamente um conjunto de declarações nas quais acreditamos. De fato, o termo vem diretamente do verbo latino "crèdere", acreditar, e significa "eu creio".
É cada vez mais frequente que empresas divulguem o seu próprio "credo", ou seja, um manifesto dos valores em que a equipe acredita, assim como a sua missão e visão, ou o seu propósito e seus objetivos estratégicos.
Neste sentido, um "credo" é um conjunto de princípios, crenças e referências pelos quais se pauta uma pessoa ou um grupo de pessoas. Infelizmente, também é frequente que o "credo" divulgado por algumas empresas seja apenas uma peça publicitária que pouco ou nada se reflete na prática.
A origem do "credo", no entanto, é eminentemente cristã: em sua acepção mais específica, o credo é a síntese dos artigos essenciais do cristianismo, com a finalidade catequética de manter sempre claros para os fiéis os conteúdos fundamentais da fé. Ao recitar o credo, nós, cristãos católicos, professamos publicamente que acreditamos nas mesmas verdades em que a Igreja acredita. É por isso, aliás, que o credo também é chamado de "Profissão de Fé".
Mas quais são os conteúdos do credo católico?
Trata-se de um resumo da nossa fé em um só Deus, que, mesmo sendo uno, é também trino por ser Pai, Filho e Espírito Santo, assim como na Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, que é Deus Filho e que, tendo nos oferecido a salvação, julgará se a aceitamos ou recusamos. Por isso mesmo, cremos na Igreja por Ele fundada, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.
O Catecismo nos lembra que a Igreja contou com numerosas redações do credo ao longo dos séculos, já que ela sempre buscou responder às diferentes necessidades dos diferentes períodos históricos. Isto se refere apenas à forma de redigir o credo, porque o conteúdo é sempre o mesmo: as verdades doutrinais que compõem o núcleo da fé da Igreja não mudam nem podem mudar.
Mesmo no tocante à redação, consolidaram-se na história da Igreja basicamente duas formas do credo católico:
Eis como o Catecismo nos apresenta cada um deles:
Quanto ao Credo Niceno-Constantinopolitano, o Catecismo registra:
Uma antiga tradição, sem comprovação documental, conta que os doze Apóstolos teriam resumido as bases da fé cristã quando ainda estavam reunidos em Jerusalém. Para este fim, cada um teria ditado um dos 12 artigos do credo, assim dispostos:
Essa tradição de que cada Apóstolo teria ditado um artigo não tem demonstração histórica, mas é fato que essa versão fundamental do credo tem origem nos primórdios da Igreja, ainda na época dos Apóstolos.
Não há uma norma rígida estabelecida para que se prefira um ou o outro credo, dado que ambos são oficiais e igualmente válidos, embora um seja mais resumido que o outro: depende mais dos costumes de cada país ou de cada tradição litúrgica. Em alguns lugares, por exemplo, o Credo dos Apóstolos é o mais usado no dia-a-dia, enquanto o Credo Niceno-Constantinopolitano é recitado em celebrações mais solenes ou especiais.
Faz alguns anos, porém, que o Credo Niceno-Constantinopolitano vem sendo cada vez mais adotado também no dia-a-dia por ser mais detalhado na exposição das verdades essenciais da nossa fé, o que corrobora nos fiéis a assimilação dessas verdades-chave.
Eis a redação do Símbolo dos Apóstolos conforme publicada no portal oficial de informações do Vaticano.