Em setembro de 2019, a imagem de dois pequenos irmãos viralizou nas redes sociais. Ele, o menor, era Beckett Burge, de 4 anos, diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda. Ela, um ano mais velha, era Aubrey, a irmãzinha que acompanhava Beckett no banheiro enquanto ele, de cabeça raspada e abaixada, enfrentava mais uma vez os efeitos colaterais de um tratamento necessário, mas pesado, que lhe provocava fraqueza e vômitos.
A cena foi captada pela mãe, Kaitlin, que a compartilhou no Facebook e a viu girar o mundo em gesto de torcida e esperança pela saúde do menino.
A imagem em preto e branco era devastadora e, ao mesmo tempo, transmitia o extraordinário poder do amor, da família e do cuidado das pessoas umas por outras. Aubrey, tão pequena, colocava a mão nas costas de Beckett para ampará-lo naquela situação dolorosa.
Era um "dia comum" na vida da família. Na época, já fazia mais de um ano que o pequeno Beckett havia sido diagnosticado com aquele tipo de câncer. Ele tomava toda noite uma pílula quimioterapêutica e fazia visitas mensais à clínica onde recebia as sessões de quimioterapia. Os efeitos do tratamento determinavam o ritmo do dia-a-dia: um cotidiano pesado de carregar para a criança, mas também para os seus irmãos e para toda a sua família.
Junto com aquela foto, Kaitlin escreveu:
"Ficar do lado do seu irmãozinho, segurá-lo pela mão e afagar as suas costas. Passar de treze quilos para nove. Isso é o câncer infantil".
Desde o começo do tratamento do filho, Kaitlin lutou para que tudo desse certo e compartilhou as batalhas da família na página "Beckett Strong", no Facebook, relatando os desafios e progressos do pequeno grande guerreiro.
A família toda se tornou referência na luta contra o câncer infantil. Eles produziram camisetas com slogans como "Beckett Strong" a fim de angariar doações para a causa do combate a esse tipo de câncer e conscientizaram milhões de pessoas no mundo inteiro sobre a doença.
Dois anos depois, tudo valeu muito a pena.
Kaitlin, agora com 30 anos, acaba de publicar novas fotos de Beckett com a família, acompanhadas de notícias longamente esperadas. A família acabava de estar no hospital onde o tratamento quimioterápico para linfoma havia terminado com um diagnóstico de "tudo limpo"!
"Quando descobrimos que tudo estava limpo, foi muito emocionante. O oncologista dele veio e disse: 'Chega de quimioterapia. Terminamos. Tire tudo isso!'".
A mãe e o filho confessam que têm certo receio de deixar o porto seguro do hospital que manteve o câncer sob controle:
"Agora terminou oficialmente e é um momento doce e amargo. A gente acha que vai ficar feliz, mas dá um pouco de medo porque você não tem aquela quimioterapia como garantia de que o câncer vai ficar longe. Vai ser um mundo totalmente novo".
Beckett também ficou surpreso ao saber que o tratamento havia terminado. Seu rosto se iluminou, mas em seguida ele disse que não queria que a quimioterapia fosse interrompida porque sabia que era aquilo que o tinha mantido vivo. "Ele está um pouco ansioso", revela a mãe.
Kaitlin relata que o filho também enfrentou e venceu a Covid-19 - graças a Deus, ele ficou assintomático.
Mesmo entre receios normais, Beckett se sente livre porque agora pode sair com os amigos. "Ele não tem mais muitas restrições: pode sair e fazer o que gosta", diz a mãe.
Beckett e Aubrey vivem cada vez mais como "irmãos normais", brincando fora de casa e indo de bicicleta de casa para a escola e da escola para casa.
"Ele está feliz!"
A pequena Aubrey, aliás, também viveu uma experiência poderosa e única ao longo destes dois anos de luta, o que a fez amadurecer extraordinariamente. Ela foi uma espécie de "mini-mãe" para o irmãozinho menor.
Kaitlin testemunha:
"Aubrey teve um enorme impacto para ajudá-lo a superar isso. Eles desenvolveram um vínculo que só os irmãos têm e que nem eu poderia substituir".
Deus seja louvado!
Confira a história desafiadora que a família de Beckett estava vivendo dois anos atrás: