Repetiu-se ao final da tarde deste 16 de dezembro o famoso milagre da liquefação do sangue de São Januário, que costuma acontecer 3 vezes por ano:
O fenômeno, até hoje sem explicação científica, tem sido registrado desde nada menos que o ano de 1389, quando foi testemunhado pela primeira vez.
Quase não aconteceu!
Havia sido divulgado que, durante boa parte da jornada, o milagre não tinha ocorrido neste 16 de dezembro, assim como tampouco se havia liquefeito em 16 de dezembro do ano passado.
O sangue do santo padroeiro de Nápoles é preservado em um relicário na catedral daquela cidade italiana. Pela manhã, monsenhor Vincenzo De Gregorio, abade da capela de São Januário na catedral, abriu o cofre com o relicário às 9h da manhã e constatou que o sangue continuava totalmente sólido. O relicário permaneceu sobre o altar desde o final da Santa Missa, esperando-se que o milagre da liquefação acontecesse ao longo da jornada. Se não ocorresse, já seria o segundo ano consecutivo sem a consumação do milagre em dezembro.
Nas outras duas datas deste ano, tanto em maio quanto em setembro, a liquefação havia sido registrada.
16 de dezembro: um dia de particular expectativa
Segundo monsenhor Vicenzo, o dia 16 de dezembro costuma ser a data, dentre as três, em que é mais frequente que o milagre não ocorra - ou pelo menos não “no momento [esperado]": às vezes, como foi justamente o caso de hoje, o fenômeno acontece "com atraso", podendo até liquefazer-se apenas no dia seguinte.
Em dezembro de 2020 e 2016, de fato, o milagre não aconteceu nem mesmo no dia seguinte, o que preocupou os fiéis porque a tradição popular atribui à não-liquefação do sangue de São Januário um sinal de alerta ou um aviso de que algo grave pode acontecer. Foi o caso, por exemplo, nas seguintes ocasiões históricas em que o sangue do santo não se liquefez em alguma das três datas anuais:
Neste ano, esteve-se a ponto de registrar mais uma ocasião em que a liquefação não se realizava - mas o milagre veio: às 17:59, para alívio e exultação de milhões de devotos em Nápoles e no mundo inteiro, eis que a liquefação do sangue de São Januário foi registrada oficialmente pela Cappella di San Gennaro.