O presidente democrata dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou uma juíza pró-aborto para a Suprema Corte do país, contradizendo mais uma vez as suas alegações de ser católico. A indicada é Ketanji Brown Jackson, juíza federal progressista que foi nomeada em 25 de fevereiro para substituir Stephen G. Breyer, também progressista e agora aposentado.
Ketanji Brown Jackson começou nesta segunda-feira, 21, a sua sabatina junto no Senado para a confirmação no cargo. Tanto senadores republicanos quanto democratas a interrogaram sobre temas ligados ao aborto.
Lei do aborto na berlinda
A juíza declarou considerar que as decisões judiciais Roe versus Wade (de 1973) e Planned Parenthood versus Casey's (de 1992) configuram base legal já estabelecida na Suprema Corte sobre "o direito de interromper uma gravidez".
Atualmente, a Suprema Corte está julgando o caso Dobbs versus Jackson Women's Health Organization, que poderia reverter a sentença Roe versus Wade. Este foi o caso que, em 1973, fundamentou a legalização do aborto em todo o país, muito embora se baseasse em uma farsa confessada anos depois pela própria protagonista: a jovem Norma McCorvey, cujo pseudônimo era Jane Roe, havia alegado um falso estupro como justificativa para solicitar o aborto. Saiba mais sobre a mentira que foi usada para legalizar o aborto nos Estados Unidos acessando esta matéria.
O atual caso Dobbs diz respeito à legislação estadual do Mississippi, que restringe a maioria dos abortos após a 15º semana de gestação. Se a Suprema Corte reconhecer a constitucionalidade dessa lei estadual, a decisão poderá, finalmente, reverter a sentença Roe versus Wade - que, ao longo destes quase 50 anos, já levou ao extermínio proposital de 65 milhões de nascituros.
Sabatina
Na sabatina de 22 de março, a juíza pró-aborto Ketanji Brown Jackson teve de responder ao senador republicano John Cornyn, do Texas, que lhe perguntou "por que os grupos de dinheiro obscuro pró-aborto como Demand Justice e outros grupos antirreligiosos estão despejando milhões de dólares numa campanha pública” em apoio a ela. A Demand Justice é um grupo progressista que não divulga a identidade dos seus financiadores. O grupo promove o que chama de "reforma" e "expansão" da Suprema Corte a fim de enfraquecer a maioria conservadora de juízes.
O senador republicano Ted Cruz, também do Texas, questionou Ketanji Brown Jackson sem rodeios:
Histórico pró-aborto
De fato, a juíza apresenta um explícito histórico de atuação pró-aborto. Além de ser abertamente apoiada por grupos abortistas, ela apoiou uma lei de Massachusetts para impedir conselheiros pró-vida de procurar pró-ativamente conversar com mulheres do lado de fora de clínicas de aborto, conforme denunciado pelo grupo pró-vida Susan B. Anthony List.
Ketanji Brown Jackson também defendeu grupos pró-aborto como NARAL e Abortion Access Project of Massachusetts. Ela ainda trabalhou com o juiz Breyer no caso Stenberg versus Carhart, quando o magistrado derrubou uma lei de Nebraska que proibia o aborto por "nascimento parcial".
Reações pró-vida
Lila Rose, fundadora da plataforma pró-vida Live Action, alertou sobre a indicação de Ketanji Brown Jackson à Suprema Corte:
Os organizadores da Marcha pela Vida também denunciaram publicamente o viés explícito de Ketanji Brown Jackson:
Os democratas pretende finalizar a sabatina e confirmar Ketanji Brown Jackson no cargo até 11 de abril.