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Como o sinal da cruz pode transformar seu casamento

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Caroline Moulinet - publicado em 18/08/22
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Entenda como este simples gesto de fé e amor é, na verdade, uma poderosa maneira de fortalecer seu relacionamento

O casamento sempre foi o foco principal de Marie-Anne Lucas e seu marido, Vincent. Desde o início da vida conjugal, eles sempre se viram como três: marido, mulher e casamento.

De fato, eles conseguem enxergar o casamento como uma entidade de direito próprio. E isso fez com que que o casal aprofundasse sua unidade por meio de um pequeno gesto de fé e amor.

Marie-Anne fala sobre isso em seu recente livro L'aventure de la prière en couple ("A aventura da oração em casal"). A Aleteia conversou com ela para saber mais sobre o assunto.

Aleteia: Em seu livro, você compartilha as maravilhas da oração em casal e menciona uma coisa em particular. O que é esse simples gesto que nutre seu matrimônio?

Marie-Anne: Abençoar o cônjuge ou marcar o cônjuge com o sinal da cruz é muito bonito, pois, com isso, nos tornamos agentes de algo que nos é dado em nome de Jesus. Meu marido é meu melhor aliado, então quero o que é bom para ele. Como posso conseguir isso? Pedindo a Jesus que lhe conceda o bem, ou seja, deixando Jesus agir em meu marido.

Da mesma forma, é sempre muito poderoso receber a bênção de Vincent. Recebo Jesus porque Vincent acredita nele e pede sua bênção sobre mim. É um gesto pequeno, porém eficaz! A cruz é a nossa salvação. E o sinal da cruz é uma saudação que vai além de nós. 

Em muitos retiros que você liderou, os casais compartilharam algum tipo de apreensão que sentem ao fazer o sinal da cruz?

Sim absolutamente! Às vezes pode ser difícil no começo, então os cônjuges podem começar fazendo o sinal da cruz em seus filhos filhos. Geralmente, é mais natural. Então, fica um pouco mais fácil começar a fazer o sinal da cruz no cônjuge, discretamente, na escuridão da noite. Depois esse gesto se torna espontâneo, mesmo na frente dos outros! Todos os batizados têm a oportunidade de contribuir para tornar Deus presente na vida do outro.

Você sempre teve a graça de rezar em casal com facilidade?

Meu marido e eu sempre tivemos o desejo de orar juntos, pois sentíamos que nosso casamento era precioso. Cada um de nós já tinha esse amor pelo nosso casamento, essa entidade comum, mas tivemos que nos ajustar um ao outro.

Eu me movimentei muito rapidamente. Caí em excesso de zelo. Eu queria colocar em prática tudo o que estava aprendendo: leitura da Palavra, louvor, oração... Eu estava construindo minha própria oração pelo nosso relacionamento, mas isso não estava totalmente alinhado com o Vincent. Vi, então, que não caminhar junto com ele não adiantava nada.

Esse primeiro conflito foi muito benéfico. Aprendi a ter paciência para esperar que Vincent encontrasse seu próprio ritmo. Aprendi a respeitá-lo. Meu zelo deu a ele a sensação de que ele não sabia rezar! Eu não era mais avançada que ele. Eu construí uma fortaleza com todo o meu conhecimento sobre a oração. Mas, naquele momento da nossa história, o que estava em jogo era nossa harmonia compartilhada, nosso desejo de estar em harmonia.

Você abençoa seu marido com o sinal da cruz desde o início do casamento?

No começo tivemos que superar nossa timidez mútua, então começamos apenas com um Pai Nosso juntos. Olhando para trás, percebo como isso foi fundamental. Tudo já estava ganho, mesmo que fosse tão difícil abrir a boca para orarmos juntos. Cada um de nós manteve seu desejo comum de orar, de manter a chama acesa, nosso desejo de abrirmos nossos corações e nos voltarmos para Deus Pai para deixá-lo se juntar a nós nesse desejo. E ali descobrimos o desejo de Deus para nós. No começo foi simples e, ao mesmo tempo, difícil...

Então toda a aventura da oração nasceu desse desejo de cuidar do seu casamento?

Sim, estávamos muito fragilizados para deixar Jesus se inclinar sobre nós. Decidimos, então, seguir a escola inaciana, assim como a escola de Santa Teresa. Tudo isso nos permitiu construir nossa oração de casal, a fim de termos diretrizes de acordo com as circunstâncias de nossas vidas.

Você diria que a oração e o sinal da cruz são dois tesouros da sua aventura matrimonial?

A oração nos ensina a reconhecer nossa dependência de Deus. Eu não oro pelo amor de Deus, eu oro para deixar Deus agir e orar em mim. Essa percepção foi um grande passo em nossas vidas e teve consequências magníficas para nossos filhos. A oração não é abrir a porta para o mundo exterior para buscar o Senhor; a oração é abrir a porta para o mundo interior, a fim de buscarmos o Jesus presente dentro de nós. Este foi um ponto de virada do meu casamento.

Percebemos que o sacramento é Jesus. Assim, nosso casamento não é obra minha, vem da bondade de Deus! E é por isso temos que agradecer todos os dias! Toda criatura tem a tentação recorrente de permanecer centrada em si mesma. Orar é deixar Deus respirar em nós. O sinal da cruz é uma abertura para deixarmos Jesus nos transformar na nossa vida diária. É uma grande bênção quando o marido pode oferecer isso à esposa (e vice-versa)!