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Profecia de São Malaquias: será Francisco o último Papa?

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Anna Ashkova - publicado em 18/08/22
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A especulação sobre uma possível renúncia do Papa Francisco está a agitar os defensores da profecia de São Malquias. Uma interpretação deste texto do século XVI apresentaria Francisco como o último Papa da história. Entenda o porquê

Ainda existem rumores sobre uma possível renúncia do Papa. Depois de ter afastado publicamente por muito tempo essa hipótese, Francisco levantou finalmente o assunto no regresso da sua viagem ao Canadá no final de Julho.

"Creio que na minha idade, e com estes limites, devo ter calma para poder servir a Igreja, ou pelo contrário, pensar na possibilidade de me pôr de lado", disse.

E acrescentou: "Com toda a honestidade, não se trata de uma catástrofe. Podemos mudar os Papas".

Uma possível renúncia que reaviva as especulações que circulam na internet sobre a profecia de São Malaquias. Muitos entusiastas dessa profecia são categóricas: para eles, Francisco é o último Papa antes do fim do mundo.

112 lemas pontifícios

A profecia de São Malaquias, também conhecida como a "profecia dos Papas", é um documento escatológico cujos primeiros vestígios remontam ao final do século XVI.

A obra foi atribuída a São Malaquias de Armagh, um arcebispo irlandês que morreu na Abadia de Clairvaux em 1148.

De fato, o texto de seis páginas contém uma lista de 112 lemas pontifícios, escritos em latim, que - segundo alguns esoteristas - caracterizariam cada um dos papas desde Celestino II até ao último pontífice da Igreja.

Segundo esta profecia, o lema "De labore solis" (Da labuta do sol) corresponderia ao pontificado de João Paulo II.

Os esoteristas especularam que isto se refere ao número de anos em que o Papa polaco ficou no trono de São Pedro: 28 anos, o que corresponde a um ciclo solar.

Já Bento XVI teria herdado a fórmula "De gloria olivae" (A glória da oliveira). O que significaria o Papa ter sido eleito logo depois do Domingo de Ramos.

Nesse sentido, resta apenas um lema na famosa lista de São Malaquias: "Petrus Romanus" (Pedro, o Romano). E seria de fato atribuído ao último papa da história humana, como sugere o texto.

"Na última perseguição à Santa Igreja Romana, Pedro, o Romano, que alimentará as suas ovelhas através de muitas tribulações. Quando estas terminarem, a cidade das sete colinas será destruída e o temido juiz julgará o seu povo". Depreende-se que a cidade de Roma seria destruída ao mesmo tempo.

"Não se sabe o dia nem a hora"

É difícil dizer, contudo, se esta profecia, que não é reconhecida pela Igreja e que a maioria dos estudiosos considera apócrifa, corresponde ao Papa Francisco.

Apócrifos deste tipo, mais ou menos esotéricos, não são raros. Além disso, mesmo que a Igreja acredite no dom da profecia e ensine que através do batismo todos nos tornamos sacerdotes, profetas e reis, as profecias não se destinam a satisfazer uma curiosidade sobre o futuro, o que seria antes uma falta de esperança.

Em relação ao fim dos tempos, é importante recordar as palavras de Jesus na parábola das virgens tolas e sábias: "Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora" (Mt 25, 13). Neste sentido, o Catecismo da Igreja Católica ensina-nos: