José Luis pediu a Deus “a coragem de testemunhar a verdade do Evangelho até a oferta plena da minha vida”. E a sua oração foi atendida.A visita do papa Francisco ao México tem redespertado as atenções para uma história arrepiante: a de um garoto de 14 anos que foi martirizado, com sadismo satânico, durante a brutal perseguição anticatólica perpetrada naquele país pelo governo ateu e covarde do presidente Plutarco Elías Calles.
O garoto José Luis Sánchez del Río nasceu na cidade de Sahuayo no dia 28 de março de 1913.
Aos 10 anos de idade, ele já ensinava os seus amigos a rezar e os levava para a adoração eucarística.
Aos 13 anos, ele testemunhou em primeira pessoa os inícios da “guerra cristera“, a épica resistência armada dos católicos mexicanos em defesa da sua fé e da sua liberdade. Naquele contexto de leis anticristãs e violência covarde contra padres, religiosos, fiéis, templos católicos e contra a própria Eucaristia, tantas vezes profanada, os irmãos de José Luis se alistaram no improvisado exército católico. Ele, obviamente, não foi aceito como soldado porque ainda era um menino; mas tanto fez e insistiu que conseguiu ajudar os cristeros em muitas outras tarefas e serviços.
Aos 14 anos, ele foi até o túmulo do beato Anacleto González Flores, um dos mártires cristeros, morto porque não renunciou à fé em Cristo. Diante do túmulo, José Luis pediu a Deus “a coragem de testemunhar a verdade do Evangelho até a oferta plena da minha vida“.
E a sua oração foi atendida.
Ainda aos 14 anos, o valente José Luis foi preso pelas tropas do governo ateu e perseguidor. Foi ridicularizado, humilhado. Foi torturado. Foi provocado e intimidado para trair a fé. Foi tentado com ofertas de dinheiro, carreira militar e vida nova nos Estados Unidos. Do alto dos seus 14 anos, o pequeno grande José Luis não aceitou nenhuma dessas tentações. Ele apenas respondia com os gritos heroicos dos cristeros:
“Viva Cristo Rei!”
“Viva a Virgem de Guadalupe!”
Os covardes sequestradores (que eram do governo: o governo que é sustentado com os impostos do povo para proteger, respeitar e servir ao povo) pediram à família de José Luis um resgate pela vida do garoto. Mas o próprio garoto implorou à mãe que não pagasse e a encorajou a preferir um filho mártir a um filho apóstata.
No dia do martírio, uma tia de José Luis, Madalena, conseguiu levar para o sobrinho a sua última comunhão eucarística – literalmente, um viático para o seu caminho da cruz.
E a via-crúcis começou.
De início, os soldados cortaram a pele da sola dos pés de José Luis – a sola dos pés de um garoto de 14 anos.
Os soldados o obrigaram, em seguida, a caminhar sobre sal, com o único intuito de torturá-lo – torturar um garoto de 14 anos.
Os soldados o levaram, depois, até o cemitério do povoado, numa procissão grotesca de insultos, golpes, empurrões. E lhe fizeram a última tentativa de chantagem apóstata: “Se tu gritares ‘morra Cristo Rei’, nós te salvaremos a vida. Grita: ‘Morra Cristo Rei!’”.
José Luis Sánchez del Río gritou com todas as forças que lhe restavam:
“VIVA CRISTO REI”.
Um tiro da pistola do capitão o matou nesse instante.
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OBS.: No primeiro parágrafo deste texto, dissemos que “a visita do papa Francisco ao México tem redespertado as atenções para uma história arrepiante”. Tem, sim: mas apenas entre os católicos. Você acha que a grande mídia vai dar espaço a este relato do martírio de um garoto católico?