A cristã que passou quase 10 anos “no inferno”, condenada por suposta “blasfêmia contra o islã”, foi inocentada, mas continuava em risco de vidaFinalmente! O que tinha sido esperando entre angústias, esperanças e muita oração ao longo de quase 10 anos finalmente se realizou: Asia Bibi foi libertada.
No último dia 31 de outubro, o Supremo Tribunal do Paquistão tinha anulado a sentença de morte contra a mulher cristã, mãe de cinco filhos, condenada em 2010 pelo suposto crime de “blasfêmia contra o islã”.
Imediatamente após a anulação da sentença, extremistas muçulmanos reagiram com violentos protestos em diversas cidades do país, exigindo que o governo executasse a mulher.
Em 2 de novembro, o governo divulgou um acordo com o grupo radical Tehreek-e-Labbaik Paquistão (TLP) para impedir que Asia Bibi deixasse o país até que o Supremo Tribunal revisasse o caso.
Em 5 de novembro, Ashiq Masih, esposo de Asia Bibi, declarou à imprensa:
“A situação é perigosa para Asia. Sinto que a vida dela não está segura. Não podemos esquecer que dois cristãos em Faisalabad foram assassinados anos depois que um tribunal os libertou. Eles também tinham sido acusados de blasfêmia. Eu apelo por isso ao governo para reforçar a segurança de Asia no presídio (…) A situação está muito perigosa para nós. Não temos segurança e estamos nos escondendo aqui e ali, mudando de lugar. Acho que os clérigos vão cercar a Suprema Corte no dia da audiência. Eu realmente vou estar com muito medo de ir lá no dia, mas acredito que Deus vem nos protegendo e vai continuar nos protegendo. Coloco toda a minha confiança em Deus”.
Em 7 de novembro, porém, autoridades do Paquistão libertaram Asia Bibi, que partiu rapidamente do país, com sua família, para algum destino seguro ainda não confirmado.
A informação é do advogado da família, Saif Maluk. Ele próprio saiu do Paquistão, alguns dias atrás, por causa das ameaças de morte que vem recebendo. Em declarações à agência AFP, Maluk afirmou:
“Preciso continuar vivo para dar andamento à batalha legal por Asia Bibi”.
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