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Quem foi Charles de Foucauld?

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Vanderlei de Lima - publicado em 03/12/18
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Seus filhos e filhas espirituais estão espalhados pelo mundo em muitas ramificaçõesCharles de Foucauld foi um eremita (monge solitário) que morreu assassinado por um adolescente, no dia 1º de dezembro de 1916, em Tamanrasset, região do Saara, na Argélia. Sua beatificação se deu, no dia 13 de novembro de 2005, em Roma.

Nasceu ele, em Estrasburgo, na França, no dia 15 de setembro de 1858, em um lar católico e abastado, mas aos 6 anos perdeu o pai e a mãe no prazo de 6 meses. O avô materno o acolheu e educou. Embora tímido, era inteligente e apaixonado pela leitura.

Entre os 15 e 16 anos, perdeu a fé e passou 12 anos imerso na busca de prazeres efêmeros. Aos 20 anos, tornou-se militar em Saint-Cyr, mas sua permanência aí durou apenas 6 meses. Apesar de continuar apaixonado pelos estudos e um tanto propenso à vida militar, era boêmio. Chegou a ter uma jovem como amante, embora ele a apresentasse como sua legítima esposa.

Em 1830, a França moveu uma guerra de conquista na Argélia. Foucauld foi e, contra a disciplina militar, levou a amante. Devido a essas e outras insubordinações, o comandante o mandou de volta para a França. Ele obedeceu, mas, apaixonado pelo risco e pela aventura, solicitou e foi aceito em outro Regimento, no Sul da Argélia, onde deveria ajudar a apaziguar uma rebelião dos habitantes da região. Nessa expedição, se apaixonou pela África. Ela parecia a terra apropriada a um geógrafo como ele. Pediu, então, dispensa definitiva do Exército a fim de, disfarçado de rabino, tornar-se explorador do Marrocos. Sua obra Reconnaissance au Maroc o fez ganhar a medalha de ouro da Sociedade Geográfica de Paris, em 1885, quando tinha apenas 27 anos. Continuou, no entanto, firme no estudo da língua e dos costumes árabes, pois muito o impressionaram. Queria, de novo, encontrar a Deus e pensou até em fazer-se muçulmano

Contudo, nessa época, mais precisamente em 1886, ouviu falar no Padre Huvelin, de Paris, a quem ele procurou a fim de debater sobre religião, mas, na mesma hora em que encontrou o sacerdote, se confessou e comungou. Firme na fé e na moral católica, por um conselho do padre que o atendera, em 1888, embarcou, em peregrinação, à Terra Santa. Lá, Nazaré o encantou. Afinal, ali Cristo viveu por 30 anos na oração, no silêncio e no trabalho manual. Quis, então, tornar-se monge.

Sob a orientação segura do Padre Huvelin, ingressou na Trapa, Ordem de vida austera nascida, na França do século XVI, e aprovada pelo Papa Leão XIII, no século XIX. Aí habitou até 1897. Nesse ano, saiu a fim de viver uma vida simples, pobre, recolhida, orante e trabalhadora como foi a de Jesus em Nazaré. Voltou à Terra Santa e se empregou em um mosteiro de monjas clarissas. Morava numa choupana muito modesta. Veio-lhe à mente o desejo de ser eremita. Padre Huvelin aprovou.

Em 1901, voltou, então, à França e, após a devida preparação, no mosteiro de Notre-Dame des Neiges, foi ordenado sacerdote para a Diocese francesa de Viviers, mas com licença de morar na África. Como eremita-sacerdote, tentou evangelizar por meio do exemplo e da caridade. Lia, meditava e traduzia os Evangelhos para os tuaregues da região, compunha dicionários, denunciava, com ardor, a escravidão reinante, celebrava a Santa Missa, recitava a Liturgia das Horas, passava tempos em adoração a Jesus Eucarístico, rezava o Rosário, praticava a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e atendia até 100 pessoas (a maioria pobres e militares franceses) que, diariamente, o procuravam. Manteve-se fiel à Igreja na obediência ao Bispo e ao Padre Huvelin, seu diretor espiritual.

Em 1º de dezembro de 1916, um grupo de rebeldes atacou o eremitério em que ele vivia a fim de fazê-lo refém e um adolescente do grupo rebelde o assassinou. Foi beatificado (passo anterior à canonização), em 13 de novembro de 2005, em Roma. Sua memória é celebrada em 1º de dezembro. Seus filhos e filhas espirituais estão espalhados pelo mundo em muitas ramificações que tentam, com a graça de Deus, seguir o exemplo de fé, oração, trabalho, estudo, simplicidade, caridade e muito amor à Igreja como ensinou Charles de Foucauld, o penitente, místico e apostólico eremita do Saara.

 

 

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