“O gesto da comunhão na mão, tal como o conhecemos hoje, era totalmente desconhecido”, afirma dom Athanasius SchneiderEm resposta a quem afirma que os primeiros cristãos comungavam recebendo o Corpo de Cristo nas mãos e não na boca, o bispo auxiliar de Astana, no Casaquistão, dom Athanasius Schneider, explica que, nos primeiros séculos da Igreja, não existia o atual costume de receber a Santíssima Eucaristia na mão.
A confusão se deve a certos aspectos rituais daquela época. É que os cristãos purificavam as mãos antes e depois da comunhão e, de fato, iam receber o Corpo de Cristo com as mãos recobertas por um corporal, de onde, sem tocá-lo diretamente, O levavam à boca. O corporal, vale lembrar, é uma das alfaias litúrgicas, ou seja, um pequeno pedaço de pano branco e respeitosamente bem conservado, que se usa em momentos e funções específicas ligadas à Eucaristia. Em seguida, o fiel recolhia da mão, com a própria língua, toda partícula consagrada que tivesse restado sobre o tecido – e sob a supervisão de um diácono.
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Dom Athanasius resume:
“Era mais uma comunhão na boca do que na mão. O gesto da comunhão na mão, tal como o conhecemos hoje, era totalmente desconhecido”.
Pouco a pouco, o sacerdote passou a dar a comunhão diretamente na boca dos fiéis, um piedoso costume que se prolongou por séculos.
Dom Athanasius acrescenta que a prática de comungar na mão começou a surgir entre os calvinistas do século XVII. Essa corrente protestante não acredita na Presença Real de Jesus na Eucaristia. O bispo de Karaganda, no entanto, observa que a prática de comungar na mão não foi adotada nem sequer por Lutero:
“Até relativamente pouco tempo atrás, os próprios luteranos comungavam de joelhos e na boca. Mesmo hoje alguns deles fazem isso nos países da Escandinávia”.
O bispo cazaque apresentou estas explicações durante uma entrevista que deu em 2011 à Rádio Maria. Dom Athanasius é especialista em Patrística e em História da Igreja primitiva.
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Com informações de Religión en Libertad