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Freiras francesas lançam uma “start-up do século XII” em pleno pós-pandemia

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Reportagem local - publicado em 24/07/20
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“Queremos construir para a eternidade”As 27 religiosas cistercienses que vivem na abadia de Boulaur, na Occitânia, França, resumem o seu novo empreendimento como “uma start-up do século XII com o estilo do século XXI”.

A iniciativa consiste em recriar uma granja monástica ao estilo medieval, o que permitiria que elas mesmas cuidassem de toda a cadeia de produção de queijos, geleias, patês e farinha usando recursos obtidos do próprio convento, estabelecido numa área rural com pomar, vacas, porcos e outros animais.

Para lançar o projeto, elas começaram a restaurar a velha abadia e a reconstruir um grande estábulo, com ajuda de voluntários, inclusive não religiosos, que se entusiasmaram com a iniciativa. Os voluntários ajudam até a fazer tijolos usando a terra da abadia. Outros apoiadores estão ajudando com donativos angariados via crowdfunding pela plataforma “CredoFunding”.

Em nome da comunidade, a irmã Anne falou ao National Catholic Register, veículo católico de imprensa dos Estados Unidos, sobre o objetivo da comunidade com esse projeto:

“Nosso objetivo não é apenas ganhar a vida pelos próximos 30 anos. Queremos construir para a eternidade, construir um local histórico que dure e que possa ser transmitido às gerações futuras. A Idade Média é o exemplo perfeito dessa filosofia”.

O projeto, batizado de “Granja 21”, em referência ao nosso século, incluirá uma grande biblioteca para preservar os manuscritos mais valiosos da comunidade, que remontam aos séculos XIII e XIV.

A irmã Anne recorda que foi a dinâmica dos mosteiros medievais o que permitiu à Igreja moldar de modo sustentável a cultura do Ocidente. Ela considera que, em nossa época, a renovação da vida monástica também pode voltar a transformar a cultura – e as almas.

Ao fazerem da abadia um novo centro cultural, as religiosas de Boulaur querem ainda apoiar as empresas locais e a criação de novos empregos, impulsionando uma onda de benefícios econômicos para toda a região.

“As pessoas da região são muito sensíveis ao que fazemos, porque priorizamos as empresas locais nas obras da abadia e favorecemos os canais de distribuição de varejo e as vendas diretas de produtos de qualidade fabricados aqui. Queremos criar uma nova aventura para ganhar a vida, mas apoiando muitas pessoas, o maior número possível”.

A comunidade, que segue a Regra de São Bento, é formada por 27 religiosas e receberá mais 4 até setembro. A média de idade das irmãs é de 45 anos. Desde 2015, elas vêm trabalhando com o intuito de melhorar a sua produção e impactar positivamente a economia da região, que é relativamente pobre para os padrões franceses.



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