Se Deus é Pai e nos garantiu que dá coisas boas aos filhos que Lhe pedem, por que muitas vezes Ele não responde aos nossos pedidos?
Esse foi o questionamento com o qual o Papa Francisco iniciou hoje a sua catequese no Vaticano. O Papa falou sobre o tema: "A certeza de ser escutados".
Segundo o Papa, há uma "contestação radical à oração, que deriva de uma observação que todos nós fazemos: rezamos, pedimos, e, no entanto, por vezes as nossas orações parecem não ser ouvidas: o que pedimos – para nós ou para os outros – não se realizou".
O Papa explicou que a oração "não é uma varinha mágica: é um diálogo com o Senhor".
O Papa recordou que o apóstolo Paulo já advertia de que nós nem sequer sabemos o que é conveniente pedir (cf. Rm 8, 26).
O Papa advertiu ainda que, em nossa limitação humana, também podemos acabar rezando por motivos errados.
No entanto – prosseguiu o Papa Francisco, "o escândalo permanece: quando as pessoas rezam com um coração sincero, quando pedem bens que correspondem ao Reino de Deus, quando uma mãe reza pelo filho doente, por que parece que às vezes Deus não ouve?"
O Santo Padre explicou que "vemos que por vezes a resposta de Jesus é imediata, mas noutros casos, é adiada no tempo: parece que Deus não responde".
Deste ponto de vista – prosseguiu o Papa –, "a cura da filha de Jairo merece especial atenção (cf. Mc 5, 21-33)".
O Papa afirmou que "também a oração que Jesus dirige ao Pai no Getsémani parece não ter sido ouvida: 'Pai, se possível, afasta de mim o que me espera'”.
O Papa Francisco explicou que, para não ficar com a sensação de que Deus não atende nossas orações, é preciso recordar bem isto: o mal é senhor do penúltimo dia, não do último.