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Quando o Padre Pio perdeu a irmã e o sobrinho para a gripe espanhola

PADRE PIO
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Bret Thoman, OFS - publicado em 02/06/21
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O Padre Pio esperava um milagre, mas um milagre não veio. Como ele reagiu?

O Padre Pio trabalhou como intercessor em foi bem sucedido em muitos casos para obter a cura para suas filhas espirituais atingidas pela Gripe Espanhola.

Mas, no entanto, muitas vezes ele orou por milagres e curas que não ocorreram. Como ele reagiu nesses casos?

A gripe espanhola atingiu pessoalmente a família de Padre Pio em Pietrelcina. Sua própria irmã e sobrinho morreram de gripe espanhola.

Seu sobrinho, Pellegrino, morreu aos 4 anos de idade em 22 de setembro de 1918. A irmã de Padre Pio, Felicita, morreu três dias depois, aos 29 anos. Ambos foram atingidos por “essas febres amaldiçoadas”.

Somando-se ao seu sofrimento estava a angústia do Padre Pio em não poder celebrar os funerais de seus entes queridos. Em uma carta aos pais, o Padre Pio disse que não poderia ir a Pietrelcina “porque me sinto terrível e impotente para empreender esta longa e árdua jornada”. Na verdade, apenas seis dias antes, ele havia recebido os estigmas, a 17 de setembro.

Após a perda de sua irmã, a própria mãe do Padre Pio, Peppa, foi infectada com o vírus H1N1, provavelmente após contato com sua filha. Em outubro de 1918, ela estava “com a saúde muito debilitada” e temiam que ela pudesse morrer.

Padre Pio pediu a suas filhas espirituais que rezassem por sua recuperação. Desta vez, suas orações foram ouvidas e ela melhorou.

Por outro lado, durante esse período, a família do Padre Pio em Pietrelcina sofreu mais duas perdas. O primeiro foi Alfredo, filho de Pellegrina Forgione, outra irmã do Padre Pio. Ele morreu em 12 de outubro de 1918, aos 14 meses. Dois anos depois, Francesco Forgione, filho de Michele, irmão mais velho do Padre Pio, morreu em 9 de novembro de 1920, logo após completar 9 anos.

Qual foi a resposta do Padre Pio a toda essa onda de morte e sofrimento? Esse foi um tema próximo ao seu coração, já que ele suportou sofrimentos físicos e espirituais incalculáveis - incluindo os estigmas - durante a maior parte de sua vida.

Ele uniu seus sofrimentos à vontade de Deus.

Aqui é importante esclarecer que o sofrimento que enfrentamos não foi o plano original de Deus para nós. Como afirma o CIC #418, o sofrimento entrou no mundo apenas com o pecado.

E, no entanto, o Catecismo assinala (311):

Em uma carta aos pais após a perda de sua irmã e sobrinho, Padre Pio os exortou a aceitar a vontade de Deus em todas as circunstâncias. Ele escreveu: "Eu os exorto a esta resignação à vontade divina, e vocês encontrarão, como eu, alívio de sua dor".

A mesma renúncia é encontrada em outras cartas que ele escreveu para seus filhos espirituais, nas quais expressou a dor de perder sua irmã e seu sobrinho.

Ele escreveu a uma mulher que estava prestes a entrar em um mosteiro: “Deixo para você imaginar o tormento do meu coração. E, no entanto, não há mais nada para eu fazer além de repetir com Jó: ‘O Senhor deu e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor!’”

Para uma filha espiritual, Antonietta Vona, ele escreveu: “Minha filha, minha alma está amargurada pelo tormento mais cruel. Mas sigo adorando a Deus e seus mandamentos.”

Padre Pio disse uma vez a um filho espiritual: “Mesmo antes de nascermos, o Senhor prepara muitas coisas em nossa vida e nos deixa livres para seguir o caminho bom ou o mau. Mas o que se deve passar, o que Ele arranjou, não muda, e até mesmo rezar a Ele por um milagre não muda o que o Senhor estabeleceu.”

Ele esclareceu:

Nestas cartas, vemos que o Padre Pio não considerava sofrer um fardo sem sentido. Pelo contrário, ele exortou aqueles que estavam com problemas a suportar sua dor com paciência e resignação.

Ele, de forma mística, considerava o sofrimento um grande privilégio e até ansiava por ele. De fato, muitas vezes, ele perguntou ao Senhor se ele poderia levar para si os sofrimentos dos outros.

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