Especialistas alertam para o risco de maus conselheiros em situações de crises conjugais que podem levar a separação e divórcio. A dor nesses momentos faz com que a pessoa se sinta vulnerável e busque ajuda e conforto.
Mas nem todo conselho é bom, mesmo que seja bem intencionado. Crises também são oportunidades de crescimento, com ajuda profissional e uma abordagem adequada. Vale a pena "tentar tudo" antes de jogar a toalha.
"Hoje, muitos casais vêm ao consultório trazendo situações delicadas que foram ampliadas por vários fatores, incluindo os conselhos que recebem de outras pessoas (amigos, conhecidos, familiares...) ou por não encontrar uma abordagem adequada em certos profissionais de psicologia, psiquiatria ou coaching, entre outros."
É o que conta Teresa Lamana, psicóloga do Centro de Atenção Integral à Família (CAIF) Universidade Francisco de Vitória.
O sentimento de vulnerabilidade em momentos de fraqueza faz com que você procure aconselhamento antes de tomar uma decisão, como separação ou divórcio. Mas a psicóloga insiste que este conselho para orientar a tomada de decisões não pode determinar nossas decisões: "São vocês, marido e mulher, que conhecem melhor seu casamento, com seus pontos fortes e fracos, com seus melhores e piores momentos. E essa intimidade que só vocês viveram não deve ser julgada por mais ninguém."
Os terapeutas familiares dão como exemplo algumas dicas que - embora possam ser ditas com boa intenção - não contribuem para resolver o problema, mas sim para aumentá-lo:
Pode-se dizer que essas dicas – como alerta a terapeuta familiar Monica de Aysa – seguem a máxima do ditado "morto o cachorro, acabou-se a raiva". Mas será realmente assim? Matar o cachorro – tirar da nossa vida a pessoa com quem temos problemas – acaba com os problemas? Essa terapeuta recomenda "não cair em desespero", mas "tentar de tudo" para salvar o casamento.
Quando as crises no casamento são complicadas, elas parecem não ter solução, e os esforços "em casa" parecem não funcionar mais. Então, para os católicos, é melhor procurar ajuda profissional seguindo uma abordagem católica.
O conceito de casamento é importante, já que hoje é entendido de maneiras muito diferentes na sociedade. Assim, uma terapia enraizada em princípios diferentes do cristianismo pode ser contraproducente para o casamento.
Para Teresa Lamana, "entre os profissionais que você pode querer buscar, destacam-se: mediadores familiares, caso você tenha que tomar uma decisão ligada a questões legais; um padre, no âmbito espiritual; ou um psicólogo(a) especializado em terapia de casal, para ajudá-lo(a) a melhorar a comunicação e poder trabalhar as feridas que estão fazendo você sofrer neste momento".
A terapeuta Monica de Aysa explica que "os profissionais idôneos saberão lidar com o sigilo, recebendo cada um individualmente para que as sessões conjuntas só sejam realizadas em momentos oportunos e estando prontos para corrigir atitudes e reconhecer erros."
Se já existe uma crise matrimonial, além da terapia profissional, a psicóloga María del Carmen González Rivas recomenda algumas práticas para o casal que podem transformar a crise em oportunidade de crescimento e superação: