Há pouco mais de um ano e meio, o Vaticano tem sido muito ativo em seu apoio às vacinas contra a Covid-19. O Papa Francisco exortou os líderes a "não esquecerem os mais vulneráveis", aqueles que mais sofrem com a pandemia. Ele também apelou ao “internacionalismo da vacina”.
Mas, na prática, o que o Vaticano fez para transformar todas essas palavras em ações?
1Doação de respiradores e outros equipamentos
Em fevereiro de 2020, durante os primeiros meses da pandemia, o Papa Francisco enviou, pela primeira vez, milhares de máscaras à China para ajudar a conter a epidemia de Covid-19. No mês seguinte, depois que o vírus se espalhou pela Europa, o Pontífice doou 30 ventiladores para unidades de terapia intensiva na Itália e na Espanha. Desde então, continuou a enviar suprimentos de saúde e respiradores para países que lutam para conter a pandemia. Entre as nações estão: Colômbia, Brasil, África do Sul, Síria e Índia, entre outros.
A Esmolaria Apostólica é a entidade que administra essas operações e outros esforços do Vaticano para ajudar os necessitados na pandemia. Dirigida pelo Esmoleiro Apostólico, o Cardeal polonês Konrad Krajewski, este serviço do Vaticano está encarregado de oferecer ajuda caritativa aos mais necessitados em nome do Papa.
2Criação e utilização de fundos de caridade
Em abril de 2020, o Papa Francisco criou um fundo de emergência por meio das Pontifícias Obras Missionárias para ajudar as regiões do mundo que sofrem com a pandemia. As Pontifícias Obras Missionárias reúnem todas as sociedades missionárias católicas sob a jurisdição do Papa e estão localizadas principalmente na Ásia, África, Oceania e Amazônia. O Soberano Pontífice destinou US$ 750.000 como doação inicial ao fundo e, desde então, 41 intervenções de ajuda foram realizadas em todo o mundo.
Em junho de 2020, o pontífice criou o fundo “Gesù Divino Lavoratore” para ajudar os trabalhadores em Roma que passavam por dificuldades econômicas devido à pandemia. Este fundo foi administrado pela Diocese e Caritas de Roma em parceria com o governo municipal e regional. O Pontífice doou um milhão de euros ao fundo, depois a cidade e o governo regional acrescentaram 500 mil euros cada. Pessoas físicas e jurídicas deram então um adicional de 200.000 euros. Em um ano, esses recursos ajudaram cerca de 2.500 pessoas, ajudando-as com suas despesas ou oferecendo-lhes cursos de capacitação.
3Defesa da vacina junto a organizações internacionais
Em fevereiro de 2021, o observador permanente do Vaticano junto à ONU e outras organizações internacionais, o bispo Ivan Jurkovič, pediu um relaxamento dos direitos de propriedade intelectual das vacinas Covid-19, a fim de garantir o acesso universal ao imunizante.
Depois, em julho de 2021, a Santa Sé reiterou esse pedido perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, declarando que era a favor de uma “isenção de direitos de propriedade intelectual” para as vacinas contra a Covid 19 para garantir que os países de baixa renda pudessem também produzir essas vacinas.
4Campanha de vacinação para pessoas vulneráveis
Além da doação de equipamentos sanitários, o Vaticano também realizou campanha para vacinar sua população e colaboradores, além de vulneráveis e desabrigados. A iniciativa começou em janeiro de 2021 e já vacinou cerca de 1.500 pessoas, incluindo muitos desabrigados que vivem nos arredores do Vaticano e não têm necessariamente acesso a instalações de saúde normais.
Em uma diretriz assinada pelo cardeal Giuseppe Bertello, governador do Vaticano, em 8 de fevereiro, o menor estado do mundo instou todos os seus funcionários a se vacinarem para proteger a saúde de todos os que trabalham e vivem no Vaticano. O Papa Francisco deu o exemplo ao ser vacinado primeiro.