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Incêndio em igreja no Egito pode ter matado 35 crianças

Incêndio em igreja no Egito mata dezenas de cristãos
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Francisco Vêneto - publicado em 15/08/22
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Informações sobre números ainda são desencontradas. Saiba quem são os cristãos coptas do Egito.

Um incêndio em uma igreja copta ortodoxa no Egito pode ter matado 35 crianças neste domingo, 14 de agosto. Suas idades variam de 3 a 6 anos, com base em informações das autoridades sanitárias do país.

Entretanto, o número de vítimas não foi confirmado ainda pelas autoridades egípcias. Enquanto alguns veículos de mídia falam em 35 crianças mortas, outros mencionam 18, dentro de um total de 41 vítimas entre menores e adultos.

As mortes seriam consequência do bloqueio da saída da igreja, provocado pelas próprias chamas. Em pânico, as pessoas tentavam sair desesperadamente do templo, situado no populoso bairro de Imbaba, em Gizé, no Cairo.

Segundo o Ministério do Interior, as chamas foram causadas por uma falha elétrica no sistema de ar condicionado instalado no segundo andar da igreja.

O incêndio teria começado por volta das 9h do horário local, quando, segundo a agência de notícias Reuters, haveria cerca de 5 mil pessoas reunidas para a missa na igreja de Abu Sefein.

O padre Abdul Masih Bakhit também morreu.

O patriarca da Igreja copta ortodoxa, Tawadros II, prestou condolências às famílias das vítimas:

O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, enviou condolências ao patriarca copta e às famílias das "vítimas inocentes que morreram para estar com seu Senhor em uma de suas igrejas".

Quem são os cristãos coptas?

Os coptas são os descendentes dos antigos egípcios, que se converteram ao cristianismo no século I. Quando os muçulmanos conquistaram o Norte da África, a partir do século VII, impuseram ao Egito o seu idioma árabe e a sua religião islâmica. No entanto, uma minoria dos egípcios se manteve cristã e preservou também o idioma copta, derivado da antiga língua egípcia. Hoje, o copta é usado apenas liturgicamente.

Os coptas formam atualmente 10% da população egípcia e são tratados como cidadãos de segunda classe, motivo que diminui aceleradamente o seu número. Existem altas taxas de migração, além de conversões ao islã por conveniência social. A situação da comunidade cristã copta piorou ainda mais depois da queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, em 2011. Nos últimos anos, os coptas passaram a sofrer uma forte perseguição por parte de facções islamitas.

Cerca de 90% dos cristãos coptas pertencem à Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria, que nasceu no próprio Egito. Os 10% restantes (cerca de 800.000 pessoas) se dividem entre a Igreja Católica Copta e a Igreja Protestante Copta.

A Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria é independente e não está em comunhão nem com a Igreja Ortodoxa nem com a Igreja Católica. A separação aconteceu após o Concílio de Calcedônia, no ano de 451, por divergências doutrinais no entendimento da pessoa e das naturezas humana e divina de Cristo. O atual patriarca ortodoxo copta é Tawadros II.

O incêndio na igreja ocorrido no Egito neste domingo atingiu um templo da Igreja Ortodoxa Copta.

Um grupo de coptas separou-se da Igreja Ortodoxa Copta em 1741 para entrar em comunhão plena com a Igreja Católica Romana. Foi assim que surgiu a Igreja Católica Copta, cuja sede fica no Cairo. Os católicos coptas mantêm as suas tradições e ritos litúrgicos orientais, mas reconhecem a autoridade e a primazia do papa de Roma, estando, assim, oficialmente unidos à Santa Sé. Seu patriarca, obediente ao papa, é Ibrahim Isaac Sidrak.

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