A mídia internacional especula que o Papa Francisco "prepara sua sucessão" e que o consistório deste sábado seria uma medida específica do pontífice para encaminhar um suposto processo de renúncia.
De fato, as especulações, repetidas por dezenas de jornais, têm crescido ao se aproximar a cerimônia de criação de 20 cardeais, neste sábado, 27 de agosto. A mídia define o consistório como "posse de novos cardeais" e já procura ver neles eventuais "indícios" de "elegibilidade ao pontificado".
Algumas reportagens descrevem a convocação de quase 300 cardeais como um "pré-conclave", acrescentando que a reunião cardinalícia avaliará a situação da Igreja após quase uma década sob o pontificado de Francisco.
Dos 20 novos purpurados, 16 teriam direito a voto num eventual conclave que acontecesse dentro dos próximos meses - os outros quatro já superaram a idade-limite para serem eleitores, que é 80 anos. Entre os 16 que poderiam votar, há dois brasileiros: dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.
Sempre segundo as abordagens da grande mídia, o consistório teria provocado especulações sobre uma possível renúncia de Francisco e uma aceleração do processo de sucessão devido ao estado de saúde do Papa de 85 anos: ele passou por uma cirurgia no cólon em 2021 e tem sofrido com dores no joelho que se agravaram ao longo de 2022; chegou a precisar de cadeira de rodas em vários eventos públicos, além de ter tido que cancelar diversos outros.
O próprio Francisco afirmou que a possibilidade de renunciar existe, mas não no curto prazo. Ele voltou a falar do assunto no fim de julho, durante a entrevista coletiva que deu a bordo do avião que o levava de volta a Roma após a viagem que fez ao Canadá. Na ocasião, ele declarou:
Ainda a respeito do consistório, veículos de imprensa têm destacado que, entre os novos cardeais, Francisco incluiu "religiosos procedentes das periferias do mundo", que seriam "certamente mais abertos" e "menos acostumados às intrigas da Cúria Romana".