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Papa Francisco se diz pronto para histórica visita à China

Papa Francisco embarca no avião para o Cazaquistão
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Francisco Vêneto - publicado em 13/09/22
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A Igreja Católica ainda vive sob forte perseguição do regime comunista de Pequim

O Papa Francisco se disse pronto para uma histórica visita à China, um dos países em que os cristãos mais sofrem perseguição no mundo. O Papa fez a afirmação a bordo do voo que o levou nesta terça ao Cazaquistão, onde também realiza uma visita histórica.

O jornalista Loup Besmond, do jornal católico francês La Croix, perguntou a Francisco sobre a possibilidade de encontrar o presidente chinês Xi Jinping, que também está no Cazaquistão. O pontífice respondeu que não tem novidades sobre o assunto, mas emendou que está pronto para ir à China.

Em julho, o Papa havia declado boas expectativas na renovação do acordo provisório entre a Santa Sé e a China sobre a nomeação de bispos católicos. Trata-se de um documento assinado em setembro de 2018 e renovado em outubro de 2020, com termos que nunca foram divulgados. Em setembro de 2021, a Santa Sé confirmou a ordenação do sexto bispo católico nos termos do acordo, sendo que sete bispos nomeados anteriormente pelo governo chinês foram regularizados pela Santa Sé.

O Partido Comunista da China obriga os católicos, sejam leigos, sejam clérigos, a se filiarem à assim chamada Associação Católica Patriótica Chinesa, que de católica tem apenas o nome. É um órgão da ditadura chinesa que serve para controlar ferrenhamente os católicos e evitar que eles obedeçam mais a Roma do que a Pequim. O acordo da Santa Sé com a China visa manter suficientes relações diplomáticas com o regime comunista para evitar uma perseguição ainda maior contra os cristãos no país. Mesmo assim, as vexações e restrições aos católicos são corriqueiras - estima-se que, sem o acordo, seriam piores ainda.

A Santa Sé também deseja, com o acordo, eliminar a separação entre a "Igreja patriótica" e a Igreja Católica real, na tentativa de superar a clandestinidade em que tem de viver desde a revolução comunista de 1949.

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