A fome no Líbano é um drama atual que não aparece na grande mídia. Catarina Martins de Bettencourt, diretora da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal, visitou recentemente a capital libanesa, Beirute, e se declarou impressionada com "tantas famílias que não conseguem mais dar de comer aos filhos".
Segundo matéria publicada no site oficial da AIS em Portugal, Catarina afirma:
Durante quatro dias de visita ao país que já foi próspero, mas caiu numa espiral acelerada de empobrecimento devido a uma sequência de crises políticas e econômicas nos últimos anos, Catarina descreveu o Líbano como "em colapso".
A sequência de crises se intensificou dramaticamente com a explosão no porto de Beirute, que deixou o mundo estarrecido em agosto de 2020. Desde então, o Líbano se arrasta em uma das "mais profundas crises da sua história", nas palavras da diretora da AIS em Portugal. Ela cita, entre as características dessa crise generalizada, o "colapso do sistema bancário" e a "inflação elevadíssima, que reduziu quase a cinzas as poupanças das famílias". As pessoas, prossegue Catarina, "estão desesperadas, estão sem esperança".
O êxodo massivo dos libaneses é um dos resultados mais notórios da crise, o que dificultará que o país retome o crescimento. "Todos os dias saem pessoas do Líbano", comenta a diretora da AIS portuguesa.
Diante desse panorama, a fundação pontifícia determinou uma intensificação da parceria com a Igreja local para ajudar as comunidades cristãs, particularmente nas áreas de saúde, educação e distribuição de cestas básicas, medicamentos e artigos de primeira necessidade. "O Líbano vai precisar muito da nossa ajuda", resume Catarina.