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Regime comunista da China impõe “educação patriótica” em instituições religiosas

Muralha da China

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Francisco Vêneto - publicado em 16/11/23
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A genuína Igreja Católica Apostólica Romana é proibida no país e os católicos chineses são forçados a aderir à Associação Patriótica Católica, que de católica tem apenas o nome

O Partido Comunista Chinês (PCC), que equivale ao próprio Estado por ser o controlador total das políticas da China, avança implacável no seu objetivo de manter a mente da população o mais alinhada possível com a sua própria ideologia, coibindo dissensões e desencorajando severamente outras visões de mundo.

Neste contexto, o regime de Pequim promulgou a chamada Lei da Educação Patriótica, pela qual são obrigadas todas as instituições educacionais, inclusive as religiosas, a ensinarem aos alunos de todos os níveis escolares um "amor pela pátria" em que se cultua o próprio Partido Comunista Chinês e o socialismo de características chinesas. A lei prevê que também os pais ou responsáveis pelas crianças devem incutir nelas o patriotismo conforme definido pela ideologia comunista.

Isto quer dizer que todas essas instituições, incluindo as da Igreja Católica, devem promover "atividades educacionais" que reforcem os "valores patrióticos" da China. O artigo 20º da lei estabelece, por exemplo, que "o Estado deve orientar e apoiar os grupos religiosos, institutos religiosos e locais de atividades religiosas na realização de atividades de educação patriótica, fortalecendo a identificação dos profissionais religiosos e dos crentes" com a cultura chinesa.

A nova legislação, que entrará em vigor em 2024, determina ainda que os meios de comunicação do país divulguem e favoreçam a "educação patriótica".

Associação Patriótica Católica Chinesa

Cabe lembrar que o regime comunista da China já criou há anos a assim chamada Associação Patriótica Católica, que de católica tem somente o nome. Trata-se de uma entidade criada pelo próprio Partido Comunista Chinês para controlar totalmente o clero e os fiéis que se sujeitam à sua jurisdição. A genuína Igreja Católica Apostólica Romana é proibida no país e os católicos chineses são forçados a aderir à Associação Patriótica Católica; os que optam por permanecer fiéis à verdadeira Igreja e ao papa são considerados clandestinos e, portanto, sofrem perseguição permanente.

Dentro da "Igreja chinesa", todos são submetidos sistematicamente à doutrinação comunista. Entre os muitos exemplos bizarros dessa doutrinação, o regime já chegou a mandar substituir quadros dos 10 mandamentos dentro de igrejas por frases do atual presidente Xi Jinping, bem como imagens religiosas por retratos do mandatário.

Uma das denúncias recorrentes entidades que monitoram a perseguição anticatólica na China, como a organização internacional Bitter Winter, é que o regime ordena que os sermões nas igrejas filiadas à Associação Católica Patriótica Chinesa preguem abertamente o comunismo.