Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 26 Abril |
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

Renúncia de Bento XVI: e agora? (1)

Jesús Colina - publicado em 15/02/13

A renúncia de Bento XVI abriu uma fase inesperada na vida da Igreja: o que vai acontecer com o atual Papa? Ele continuará se vestindo de branco? Será cardeal novamente? Quem governa a Igreja quando não há Papa? Quando se elegerá o novo Papa?

A renúncia de Bento XVI abriu uma fase inesperada na vida da Igreja: o que vai acontecer com o atual Papa? Ele continuará se vestindo de branco? Será cardeal novamente? Quem governa a Igreja quando não há Papa? Quando se elegerá o novo Papa?

A situação atual suscita muitas perguntas. Algumas têm resposta, outras ainda não. Recolhemos as primeiras perguntas que nos chegaram por meio dos nossos leitores do mundo inteiro. Abrimos esta seção de perguntas e respostas, de segunda a sexta, na qual responderemos a várias delas.

Participe: envie suas perguntas à Aleteia!

Como será o último dia de Bento XVI como Papa?

No dia 28 de fevereiro, às 11h (hora de Roma), os cardeais se despedirão do Papa na Sala Clementina do Vaticano. À tarde, por volta das 17h, ele se dirigirá à residência pontifícia de Castel Gandolfo. Às 20h, começará a sé vacante. Durante o conclave, Bento XVI permanecerá na residência de Castel Gandolfo. Voltará ao Vaticano – ao até agora mosteiro Mater Ecclesiae – quando terminarem as obras de readaptação desta residência para o seu novo inquilino.

Quando começará o conclave?

Neste momento, ainda não se sabe. O Pe. Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, explicou que "o início do conclave deve ser estabelecido entre 15 e 20 dias a partir do início da sé vacante", ou seja, contando a partir do dia 28 de fevereiro.

"Se tudo ocorrer sem problemas, podemos pensar que ele começará a partir do dia 15 de março", disse o porta-voz vaticano no dia 13 de fevereiro, numa coletiva de imprensa.

A data será anunciada pela congregação geral dos cardeais, que acontecerá durante a sé vacante, segundo a constituição apostólica "Universi Dominici Gregis", que estabelece a normativa.

Haverá mudanças neste conclave, com relação ao anterior?

O Pe. Lombardi confirmou que não estão sendo estudadas modificações na constituição apostólica "Universi Dominici Gregis". A única mudança prevista foi estabelecida por Bento XVI na carta apostólica em forma de "motu proprio", publicada em 11 de junho de 2007, que impede a possibilidade de que o Papa possa ser eleito simplesmente por maioria absoluta.

Segundo a normativa, para que o Papa possa ser considerado validamente eleito, "sempre é necessária a maioria de dois terços dos cardeais presentes no conclave".

Estava prevista a renúncia de um Papa?

No final de novembro de 2010, foi publicado o livro "Luz do mundo", que apresentava uma longa entrevista do jornalista alemão Peter Seewald a Bento XVI. Nela, o Papa reconhecia a possibilidade de uma hipotética renúncia "em certas circunstâncias". À pergunta do jornalista: "Poderíamos pensar em uma situação na qual o senhor considera apropriada a renúncia de um Papa?", Bento XVI respondeu: "Sim. Se um papa chega a reconhecer com clareza que física, psíquica e mentalmente ele já não consegue continuar com o seu ofício, tem o direito – e, em certas circunstâncias, também o dever – de renunciar".

Na verdade, o que o Santo Padre fazia não era senão mostrar uma possibilidade que já foi contemplada pelo Código de Direito Canônico, no cânon 332.2: "Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie ao cargo, para a validade requer-se que a renúncia seja feita livremente, e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguém".

O que acontece é que o Código de Direito Canônico não se questiona nem responde sobre o que acontece com o Papa demissionário. Por isso, há uma série de decisões práticas que os membros do Colégio Cardinalício devem tomar, pois são eles que governam a Santa Sé durante a sé vacante.

Tags:
ConclavePapaReligiãoVirtudes
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia