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Após a renúncia do Papa, quem governa a Igreja?

Aleteia Vaticano - publicado em 04/03/13

Com a renúncia de Bento XVI, a Igreja vive um momento histórico, do qual há poucas lembranças no passado.

Com a renúncia de Bento XVI, a Igreja vive um momento histórico, do qual há poucas lembranças no passado. Dessa vez, o período da sé vacante não começou com a morte do pontífice. Desta novidade surgem algumas perguntas que os leitores compartilharam com a Aleteia e que procuraremos responder.

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Após a renúncia do Papa, quem governa a Igreja?

Quando um papa falece ou renuncia, suas funções durante a sé vacante não são assumidas por ninguém; o Colégio dos cardeais se encarrega somente de assuntos cotidianos ou inadiáveis, dedicando a maior parte do tempo à preparação do conclave. O Colégio dos cardeais não tem nenhuma potestade ou jurisdição sobre as questões que correspondem ao Sumo Pontífice.

Estas normas foram regulamentadas pela constituição apostólica "Universi dominici gregis" e pelos motu proprios de 2008 e 2013.

Quem preside o Colégio cardinalício é o cardeal decano (neste momento, Angelo Sodano); e quem atua como chefe de Estado da Cidade do Vaticano é o cardeal camerlengo (neste momento, Tarcisio Bertone). Os responsáveis pelos dicastérios vaticanos (prefeitos de congregações e presidentes de conselhos pontifícios) e seus membros ficam suspensos de seus cargos durante a sé vacante.

Neste período, há 2 tipos de congregações dos cardeais: uma geral, ou seja, de todo o colégio, até o começo da eleição (ou conclave), e outra particular. Das congregações gerais participam todos os cardeais que não são impedidos legitimamente; a congregação particular é constituída pelo cardeal camerlengo e por outros 3 cardeais eleitores selecionados por sorteio, substituídos a cada 3 dias por outros 3 cardeais sorteados, até o final do conclave.

As congregações particulares tratam de assuntos de menor importância, que vão se apresentando diariamente. As questões mais relevantes são submetidas à congregação geral.

O voto, nas congregações dos cardeais, quando se trata de assuntos de maior importância, são dados de forma secreta, não oral.

Após a renúncia de Bento XVI, continuamos rezando por ele na Missa?

Na Oração Eucarística da Missa, já não se reza mais por Bento XVI. Também na Liturgia das Horas, suprime-se a intercessão pelo Papa. Ao invés disso, durante a sé vacante, recomenda-se acrescentar uma oração pedindo a assistência do Espírito Santo aos cardeais que terão de escolher o sucessor de Pedro.

Ainda que não haja um momento específico de oração por Bento XVI previsto na Liturgia, obviamente os fiéis são convidados a rezar por Ratzinger, como ele mesmo pediu, neste momento em que acompanha a Igreja com sua oração e silêncio.

A que se dedica exatamente o cardeal camerlengo?

O camerlengo da Igreja (atualmente, Tarcisio Bertone) é o presidente da Câmara Apostólica e governador temporal durante a sé vacante. Ele se encarrega da administração cotidiana da Santa Sé neste período.

O camerlengo é quem anuncia formalmente a morte de um papa e quem sela as portas que dão acesso aos aposentos do pontífice após sua morte ou renúncia.

Por que o símbolo da sé vacante é uma sombrinha?

A palavra "sombrinha" vem do latim e era uma peça histórica do vestuário papal, usada para fornecer sombra ao Papa. Atualmente, é um símbolo da Igreja Católica e da autoridade papal sobre ela.

É uma espécie de sombrinha semiaberta com listras largas, alternando as cores vermelho e dourado, cores tradicionais do pontífice (de fato, o branco só começou a ser utilizado pela Santa Sé no final das Guerras Napoleônicas).

Este símbolo faz parte do escudo de armas da Santa Sé no período da sé vacante desde 1521, entre os pontificados de Leão X e Adriano VI.

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