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Papa Francisco: grande atenção às mulheres na Igreja

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Gilles RIGOULET/CIRIC

Chiara Santomiero - publicado em 05/04/13

Entrevista a duas especialistas no campo da promoção feminina

Os apóstolos e discípulos têm dificuldade para crer; as mulheres, não: esta foi a ideia destacada pelo Papa Francisco na audiência da quarta-feira, recordando que as mulheres foram as primeiras testemunhas da Ressurreição. Segundo o Pontífice, as mulheres agem por amor e sabem acolher este anúncio com fé; elas acreditam e imediatamente transmitem a mensagem da Ressurreição. A missão das mulheres é esta: dar testemunho de que Jesus está vivo! E isso nos faz refletir sobre como as mulheres, na Igreja e no caminho da fé, tiveram e têm, ainda hoje, um papel especial, abrindo a porta que leva a Jesus.

Partindo desta reflexão, a Aleteia apresenta o testemunho de Eugenia Bonetti, comboniana, há 4 anos comprometida na luta contra o tráfico de mulheres, e de Maria Giovanna Ruggieri, presidente da União Mundial das Organizações Femininas Católicas, organismo com mais de um século de vida e que reúne 5 milhões de mulheres do mundo inteiro.

O que as palavras de Francisco lhes sugerem?

Bonetti: A atitude das mulheres que vão ao túmulo de Jesus e o encontram vazio é a que nos acompanha quando, como nos convida o Papa, caminhamos rumo às "periferias existenciais", em direção às pessoas feridas pela vida: esperamos encontrar um "corpo morto" e, no entanto, encontramos mulheres e homens vivos, que esperam o anúncio de um Cristo capaz de vencer a morte e suas humilhações. Quem, a não ser o coração de uma mulher, é capaz de se aproximar com ternura destes lugares de sofrimento e abandono? É isso que o Papa sugere com esta reflexão. É um grande estímulo para a nossa obra tudo o que ele está dizendo nestes dias, sobretudo o que disse no domingo de Páscoa, quando denunciou explicitamente o tráfico de seres humanos.

Ruggieri: Há uma "feliz" atenção do Papa Francisco às mulheres na Igreja, que nos incentiva no nosso compromisso; também a relevância que ele deu ao problema do tráfico de seres humanos, que é uma das prioridades na obra de sensibilização que a UMOFC realiza em vários lugares do mundo sobre o tema da dignidade da mulher. Na próxima semana, acontecerá no México a conferência latino-americana dedicada ao tráfico de mulheres e à violência contra elas, sendo Ciudad Juárez a cidade símbolo no compromisso de denúncia da Igreja.

As mulheres que chegam ao sepulcro são a imagem do "gênio feminino", pois, diante da morte, diante das situações difíceis e às vezes desesperadoras, não desistem e continuam trabalhando. Essas mulheres que chegam ao túmulo de Jesus não hesitam: sabem que devem cumprir o dever de atender seu corpo morto e, precisamente pela sua capacidade de não perder o ânimo, de estar sempre alerta, são as primeiras destinatárias da Ressurreição. Como destacou o Papa, a Bíblia e o Evangelho estão repletos de histórias de mulheres fortes: Maria foi a primeira em dizer "sim" a Deus, aceitando com coragem o desafio daquela maternidade excepcional na sua vida. Gosto do fato de o Papa ter destacado o dever do testemunho das mães e mulheres em geral. Muitas vezes, na Igreja, destaca-se o papel da mulher como esposa e mãe – que é essencial –, mas houve e há mulheres que, ainda não sendo mães, ofereceram uma contribuição muito importante para a edificação da comunidade eclesial, bem como da civil.

Existe um problema de reconhecimento do papel das mulheres na Igreja?

Bonetti: Devemos admitir que, no passado, faltou o reconhecimento do papel da mulher na Igreja, mas isso não é uma reivindicação por uma questão de protagonismo. A mulher não busca "seu próprio lugar" por si mesmo, mas para colocar-se ao serviço dos outros. Para isso, é necessário uma terminologia nova, inclusive da especificidade do homem e da mulher, juntos na Igreja para viver e anunciar o Evangelho.

As mulheres, ainda que não tenham sido valorizadas, sempre estiveram presentes: muitas ofereceram a maternidade ao serviço dos outros, sem a qual a Igreja teria sido estéril, menos "mãe" e mais "mestra". As mulheres ajudam a manter o equilíbrio e a redescobrir que Jesus não fez distinções. Tanto é assim que, como disse o Papa, Cristo confiou às mulheres (a quem, por lei, não era reconhecida a faculdade de testemunhar) o anúncio da Ressurreição.

Ruggieri: Recuperar a atenção à contribuição da mulher na Igreja. Não se trata de reivindicações, mas de construção da própria Igreja como corpo de Cristo, segundo a imagem conciliar da "Lumen Gentium": se uma parte do corpo não funciona, o resto do corpo não funcionará. No entanto, recuperar a reciprocidade significa valorizar, "negociar" os talentos de cada um ao serviço de toda a comunidade. Quando Francisco diz que as mulheres acreditam e testemunham "porque se veem impulsionadas pelo amor", ele coloca em evidência a capacidade das mulheres de ir muito além do tangível, de seguir a intuição ao invés do racional, considerado mais masculino, e que às vezes é classificada como sentimentalismo ou fantasia, mas que é, ao contrário, uma maneira de ancorar-se na experiência humana, envolvendo-se no testemunho com todo o seu ser. Espero que a atenção do Papa ao papel da mulher seja um grande estímulo na sua valorização, especialmente em lugares como a África, Oriente Médio e tantos outros do continente asiático, onde esta consciência está menos presente ou é diretamente negada.

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