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Dom Parolin, um profundo conhecedor da América Latina

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Jaime Septién - publicado em 04/09/13

Conheça o perfil do novo Secretário de Estado do Vaticano, o "número dois" do Papa Francisco

Dom PietroParolin, nomeado recentemente como Secretário de Estado do Vaticano, em substituição do cardeal Tarcisio Bertone, conta com uma experiência muito ampla nos bastidores da Igreja latino-americana.

Tanto no México, onde trabalhou sob as ordens do então delegado papal Girolamo Prigione, como na Venezuela, onde conheceu a versão dura do chavismo, Dom Parolin mostrou uma sensibilidade diplomática a toda prova.

Com esta nomeação, o Papa Francisco dirige sua atenção à Igreja da América Latina e da África (pois Dom Parolin já trabalhou na Nigéria), mas também à carreira diplomática da Santa Sé.

Em uma entrevista concedida em 4 de agosto ao jornal Últimas Noticias da Venezuela, Dom Parolin comentou que não há nada novo na Igreja Católica, "no sentido de que o novo é o comum", pois "o principal protagonista na Igreja é o Espírito Santo".

Conhecedor dos sincretismos latino-americanos e do Caribe, o próximo "número dois" do Vaticano, como costuma ser chamado o Secretário de Estado, recordava na entrevista que "tudo o que é compatível com o Evangelho pode ser assumido" e que vale a pena manter e reforçar as boas tradições, pois a fé pode crescer nelas.

Intermediário na audiência do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com o Papa Francisco, Dom Parolin afirmou que este encontro – como os que teve com outros mandatários latino-americanos – segue a linha "do diálogo que a Igreja promove. Foi testemunho de diálogo. O Papa sempre está disposto a receber todos".

Há alguns anos, no final da década de 80 e começo da de 90, quando no México existia uma política contrária à separação da Igreja e o Estado (ou melhor, de controle do Estado sobre a Igreja), Dom Parolin trabahou arduamente, ao lado do delegado (depois primeiro núncio) Girolamo Prigione, para conseguir a reforma da lei, no verão de 1992.

A nova Lei de Associações Religiosas e Culto Público permitiu o "reconhecimento" da Igreja por parte do Estado e abriu a possibilidade de que as associações religiosas tivessem – pelo menos – uma personalidade jurídica própria. Isso foi uma virada na Constituição do México, promulgada em 1917, a mesma que não reconhecia na Igreja nenhuma capacidade de ter personalidade própria.

Nesta reforma, da qual Dom Parolin participou, foram restabelecidas as relações diplomáticas entre o México e a Santa Sé, diluindo o caráter laicista que predominava no México e permitindo que, em pelo menos duas visitas papais de João Paulo II, este fosse recebido como Chefe de Estado.

Dom PietroParolin, uma vez divulgada sua nomeação como Secretário de Estado do Vaticano, comentou, em uma carta, que "o desafio do pontificado é a evangelização".

"Sinto viva a graça deste chamado, que novamente constitui uma surpresa de Deus na minha vida; sinto especialmente a necessidade da responsabilidade, porque me foi confiada uma missão séria e exigente, diante da qual minhas forças são fracas e minha capacidade, pobre. Eu me coloco sob a proteção do amor misericordioso do Senhor, de quem nada nem ninguém poderá jamais me separar, e das orações de todos".

Ele também agradece "pela compreensão e pela ajuda que me darão na realização desta nova tarefa".

Em 2008, Dom Parolin chegou como núncio à Venezuela, nomeado pelo Papa Bento XVI. Conheceu profundamente o país, reforçando também seu domínio do espanhol, idioma colocado no topo da diplomacia vaticana, dado que é o idioma de origem do Papa Francisco.

Foi Dom Parolin quem esteve, ha pouco tempo, em Isnotú (Trujillo, Venezuela), onde rezou pela beatificação de José Gregorio Hernández.

"É um grande homem, um cristão excelente. (…) Um exemplo de todas as virtudes humanas e cristãs. A Venezuela tem nele um tesouro e um poderoso intercessor", comentou a Carlos Zapata, do Reporte Católico na Venezuela.

Ao encerrar sua primeira declaração oficial após sua nomeação como número dois do Vaticano, disse em espanhol: "Como se diz na Venezuela, que Deus os abençoe!", comentou o próprio Carlos Zapata.

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