O arcebispo de Bruxelas pede que a Igreja tenha uma participação humilde, mas profunda, na vida pública
O arcebispo de Bruxelas, Dom André-Joseph Léonard, durante a assembleia plenária do Conselho de Conferências Episcopais Europeias, afirmou que "a separação entre Igreja e Estado é boa e justa".
O que ele não considera aceitável é "a pressão que se exerce em alguns lugares para que a religião se converta em algo puramente privado", pois "a fé se manifesta de maneira concreta, especialmente uma fé como a católica, já que Deus se encarna".
Durante estes dias em que os prelados europeus centram seus estudos em "Deus e o Estado: a Europa entre a laicidade e o laicismo", Dom Léonard destacou que "nossa participação no debate público é insuficiente. Devemos intervir mais, com argumentos aceitáveis. Em um parlamento, não se pode intervir de maneira violenta, mas com argumentos racionais".
Neste contexto, Dom Léonard disse que é preferível uma oposição clara, "já que, com uma oposição definida, é possível debater, argumentar, enquanto isso não pode ser feito com uma oposição indiferente, mórbida".
A propósito do ataque sofrido por ele há alguns meses, por parte de ativistas do Movimento Femen, Dom Léonard afirmou: "Se nos comparamos com os bispos do Paquistão, do Oriente Médio etc., os ataques que sofremos na Europa são de pouca relevância. Mais ainda: este acontecimento teve como consequência a abertura de muitos corações à Igreja, por solidariedade".
A presença da Igreja na sociedade, afirmou, "não pode ser excessiva, já que provocaria o sentimento contrário, a vingança; esta presença precisa ser humilde, mas profunda".