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A vida é um dom

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Pe. Fabio Bartoli - publicado em 11/06/14

Sinto a vida que pulsa em meu coração

Max Horkheimer, o fundador da Escola de Frankfurt, conclui o seu artigo mais profundo, “A nostalgia do Totalmente Outro”, um tipo de testamento espiritual, com uma frase terrível: “infelizmente, o fato que a consequência de um raciocínio seja o desespero não é uma prova da sua falsidade”. Desde quando era estudante de filosofia me senti provocado por desta frase.

É verdadeiramente assim? Realmente me perguntava, o universo é indiferente à nossa felicidade? Realmente a nossa mente deve aplicar-se aos meros dados de fato pelo qual felicidade e infelicidade, tristeza e alegria seriam acidentes transitórios que vão e vêm, sem adicionar nada ao significado da vida?

Mas se verdadeiramente fosse assim, como medir o significado da vida? Como classificar os eventos que acontecem e os pensamentos? Como colocar em ordem entre as coisas sem ter a felicidade como guia? Por instinto sabia que Horkheimer tinha errado, mas não sabia demonstrá-lo.

Depois entendi, a prova da falsidade do raciocínio de Horkheimer se obtém invertendo-o: não sei se o desespero é a prova da falsidade de um raciocínio, mas estou certo que a alegria é uma prova da sua verdade.

Em outras palavras, qualquer raciocínio sobre o homem, qualquer estilo de vida se demonstra verdadeiro se produz em mim alegria, ou se me consente expressar e realizar plenamente as minhas possibilidades e potencialidades, se corresponde plenamente às minhas aspirações, se responde às aspirações mais profundas do meu ser.

A alegria é mais que uma mera emoção superficial, é um indicativo importante, é o teste da vida, é sinal da sensatez do universo. No fim das contas o fato que eu seja feliz é uma prova da existência de Deus.

Porque na verdade eu deveria ser feliz? Por que tenho prazer pelo puro e simples fato de existir? Por que a vida em si é um bem? Se a vida não tivesse um sentido em si mesma, se o sentido da vida fosse qualquer coisa de arbitrário que cada um adere a suas coisas e não qualquer coisa que recebemos porque de certo modo precede a própria vida, tanto que nós devemos descobrir e não criar de nós mesmos, por que ser feliz na vida?

Existem momentos que volto a ser criança, momentos que esta alegria primordial me agarra. Sinto a vida que pulsa em meu coração, sinto uma alegria assim grande que nem se pode explicar. 

Faz-me ser sempre uma criança, para que esta alegria continue a pulsar em mim.  

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