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5 atitudes que os católicos precisam adotar sobre o casamento homossexual

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Tom Hoopes - publicado em 24/09/14

Será que a nossa cultura deu uma guinada de 180 graus em questão de poucos anos? Ou será que os defensores do casamento homossexual foram longe demais e rápido demais?

A possibilidade de participar do debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser excessivamente otimista, dadas as circunstâncias. Afinal, será que existe mesmo algum “debate” em andamento sobre isso?

O que parece é que o “casamento" homossexual já é um fato consumado, que nem está mais em discussão. E quem se opõe a ele, dizem alguns, é gente fanática, presa ao passado.

Mas vale a pena perguntar: será mesmo que a nossa cultura deu uma guinada de 180 graus em questão de muito poucos anos? Ou será que os defensores do casamento homossexual foram longe demais e rápido demais? Será que aquela ansiedade inicial de redefinir o casamento vai arrefecer?

O tempo dirá, mas, esperando o melhor, eu acho que os católicos precisam discutir o casamento entre pessoas do mesmo sexo usando um pouco mais o coração, mesmo sem deixar a razão de lado. Vou explicar.

1. Podemos começar dizendo: "Sinto muito".

Os católicos não odeiam as pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo. Mas, com certeza, muitas vezes parece que odeiam.

Reagir mal a pessoas de cujo estilo de vida discordamos tem sido um problema frequente para nós, católicos. Já fomos acusados ​​de odiar os divorciados, ​​de odiar as pessoas que vivem juntas sem estarem casadas, ​​de odiar as mulheres que fizeram abortos.

Em muitos casos, o nosso comportamento em relação a cada um desses grupos foi atroz mesmo. Em muitos outros, porém, nós conseguimos praticar a nossa maior virtude: a caridade verdadeira.

Podemos dizer, então: "Eu sinto muito que nós tenhamos sido vistos como inimigos. Nós aceitamos você com respeito e com delicadeza, tal como a Igreja nos ensina e tal como foi e é praticado pela Madre Teresa, pelo papa Francisco, por tantos católicos que consideramos exemplares. Nós queremos amar incondicionalmente e sem colocar em primeiro lugar os filtros do julgamento moral. Perdoe-nos pelas vezes em que não conseguimos".

2. Cite os nomes de liberais mundialmente reconhecidos, como Barack Obama e Hillary Clinton.

"O casamento é algo santificado entre um homem e uma mulher", disse Obama em 2004.

"O casamento é do jeito que sempre foi, entre um homem e uma mulher", disse Hillary Clinton em 2000.

Nós acreditamos 100% que essas palavras de Obama e Hillary são verdadeiras. E temos absoluta certeza de que podemos dizer essas palavras sem ódio algum, assim como elas foram ditas sem ódio por Obama e por Hillary Clinton.

O casamento é o que sempre foi e sempre será assim. O tempo não muda a verdade.

3. Não transforme esta polêmica num assunto “meramente católico”.

Todas as grandes religiões já definiram o casamento exatamente do jeito que Obama e Hillary também definiram. Todas as sociedades já o definiram da mesma forma.

Gandhi, João Paulo II, Martin Luther King Jr., o Dalai Lama, o Conselho Rabínico da América: todos eles já definiram que o casamento é entre um homem e uma mulher. E nenhum deles é fanático. Nem nós.

4. Concentre-se no jovem casal “tradicional” e nas suas dificuldades.

Pense nos pais de baixa renda que existem na sua comunidade. Pense nos amigos que você sabe que passaram por poucas e boas quando, no começo da vida conjugal, tiveram o primeiro filho. Pense naquelas velhas fotos da sua mãe e do seu pai segurando você no colo.

Todos esses casos envolvem um homem e uma mulher recém-casados e abertos ao nascimento de filhos. Eles têm que batalhar para pagar as muitas despesas decorrentes do fato de estarem dando continuidade à nossa espécie humana. As crianças nascem porque é isso o que acontece, normalmente, quando um homem e uma mulher vivem juntos de maneira natural.

A principal razão pela qual os países reconhecem o casamento como uma instituição social é justamente esta: favorecer e ajudar o jovem casal com filhos. Eles precisam de ajuda especial, de um estatuto especial, de proteção especial. Isso não tem absolutamente nada a ver com o suposto fato de que o romance deles seja "mais especial" do que o romance dos outros. Eles precisam da ajuda porque são eles que geram as crianças, dentro de um relacionamento natural, estando prontos ou não. A pressão é enorme para os jovens casais. Tanto que os casamentos despedaçados são, comprovadamente, um dos principais indicadores de pobreza em qualquer sociedade.

O romance entre casais do mesmo sexo é real? É claro que sim.

Mas o casamento nunca foi entendido como um registro de romances perante o governo. Aliás, nem devemos desejar que o governo mantenha um registro de romances! A instituição do casamento vai muito além do romance. O casamento existe para encorajar e ajudar os casais que, de forma meramente natural, tornam-se mães e pais.

5. Convide os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo a ser seus aliados na defesa da instituição do matrimônio natural.

Temos que encarar os fatos: existem pessoas inteligentes, amorosas, sinceras, que acreditam que não há problema algum com o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.

Muito bem. Mas será que podemos, pelo menos, contar com essas pessoas para delimitar adequadamente a definição de casamento?

A maioria das pessoas acha que o casamento é uma questão de… de casal, oras. Só que os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo acham cada vez mais natural a poligamia. Mais: muita gente não concorda com a ideia de que os "casamentos abertos" sejam um modelo generalizável; no entanto, esse tipo de união é relativamente comum entre parceiros homossexuais. Acontece que esses tipos de relacionamento são exatamente isso: tipos de relacionamento. Não são, de modo algum, a definição de casamento.

Se esta “expansão” da definição de casamento continuar acontecendo sem que ninguém diga “esperem aí!”, o casamento vai rapidamente perder o sentido. Com isso, o objetivo de ajudar o casal a se consolidar e a formar uma família natural vai ficar mais distante do que nunca.

Por que não convidar os partidários do casamento homossexual a nos ajudar a definir o casamento de tal forma que o conceito seja delimitado apenas aos casais realmente comprometidos entre si e com a vinda de crianças ao mundo?

Por que não convidá-los a conversar conosco sobre a diferença que existe entre o romance e uma instituição social natural que, há milênios, tem o seu foco na geração, na proteção e na educação de crianças por parte de um casal natural composto por um pai e uma mãe?

Por que não podemos dialogar sobre isso?

Eu acho que o debate precisa de muito menos "ódio" e de muito mais "amor". De ambas as partes.

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Abortohomossexuais
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