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Estar feliz ou ser feliz: entenda a diferença

Happy – Happiness – pt

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Revista Ser Persona - publicado em 08/10/14

“Dize-me a vida que levas e eu te direi que felicidade buscas”

O ser humano equivocadamente rejeita a esperança cristã em seu futuro para se apegar a um presente em busca da felicidade, apostando no prazer, nos bens práticos, no bem-estar etc.

O hedonismo confunde a felicidade com o prazer; o pragmatismo com o bem útil subjetivamente contemplado; o ativismo com o que se faz; a sociedade do bem-estar com a ausência da dor, da insegurança, dos riscos etc. Mas a felicidade não consiste em sentir, ter, estar, mas em ser.

Sempre que o homem alcança ou possui um bem, experimenta uma vivência favorável que pode ser qualificada como gozo, o que pode dar lugar a três situações diferentes:

Estar contente ou alegre

O gozo de experimentar o prazer sensível. Podemos nos encontrar em uma festa com música alegre, boa bebida, comida, e estar contentes ou ficar alegres sob estes estímulos prazerosos, vivendo a virtude da temperança e divertindo-nos sem esquecer de Deus.

Assim, estamos em possessão de bens sensíveis que são necessários para o espírito, nos distraíamos, divertimos e isso é tão bom e necessário como quando, no calor, abrimos uma janela para que o ar fresco entre. Mas precisamos ter consciência de que estes bens correspondem a uma realidade que geralmente se caracteriza pela sua falta de permanência, dado que o prazer sensível tem um tom fugaz, transitório, ainda que se trate de prazeres lícitos e alegrias válidas.

Os que erroneamente buscam a felicidade somente nos prazeres sensíveis acabam criando um vazio perigoso que pode afundá-los no abismo insondável do egoísmo e dos vícios. Existe uma grande oferta que propõe estes sucedâneos de felicidade à margem da virtude, sobretudo aos jovens.

Estar feliz

O gozo de ter conquistado uma meta com esforço. Estamos felizes porque terminamos um curso, porque conquistamos o nobre amor de uma pessoa, porque obtivemos um triunfo esportivo, porque ajudamos uma pessoa a se superar etc.

São conteúdos de maior valia que requerem colocar em jogo o melhor da pessoa, como talentos e fortalezas, e é assim que obtemos gratificações muito superiores ao mero prazer sensível. Trata-se de atividades que podem acontecer em cada um dos âmbitos da vida: trabalho, amor, amizade, educação dos filhos etc.

É um gozo que se sustenta em realidades concretas e de maior entidade. Este gozo nos leva ao encontro com Deus em atos de gratidão e humildade, conscientes de que tudo é providência divina.

Ser feliz

O gozo de saber-nos filhos de Deus. Quem tem fé sabe que Deus depositou no coração humano o anseio de felicidade como motor da vida, e quer corresponder a este desejo comunicando-nos sua própria felicidade, quando nos deixamos fielmente levar por Ele.

Dessa maneira, não estamos propriamente contentes ou felizes, mas somos felizes já nesta vida, para sê-lo em plenitude ao ser elevados pelo nosso Criador.

Não importa o curso dos acontecimentos, mesmo quando nos encontramos com a cruz, pois a felicidade trará uma sensação de paz permanente, muito diferente ou superior ao simples prazer sensível e às alegrias das satisfações pelas conquistas da vida.

Este gozo não é eliminado pela dor e pelo sofrimento, pois Deus permite que descubramos seu sentido positivo, tanto da ótica sobrenatural, que nos oferece a oportunidade de aumentar os méritos da vida eterna, como da ótica humana, porque pode nos tornar mais humanos, maduros, interiormente fortes, humildes e compreensivos com os outros.

Uma vida repleta de esperança é própria da alegria sobrenatural do cristão.

(Artigo publicado originalmente pela revista Ser Persona)

Tags:
Felicidade
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