Confira o vídeo promocional de um grande evento sobre amor e relacionamento
Uma das ótimas notícias desta semana é que o Vaticano está organizando um grande encontro internacional e inter-religioso sobre a complementaridade entre o homem e a mulher. O evento, batizado de “Humanum”, conta com a participação de líderes religiosos e estudiosos que abordarão o casamento e a vida familiar no mundo todo. Por várias razões, é recomendável que você fique de olho neste evento e no seu desenrolar!
Para começar, confira aqui o incrível trailer do evento:
Eu não tenho certeza, mas acho que não houve muitas conferências do Vaticano que contaram com um trailer, como se o próprio evento fosse uma espécie de grande produção cinematográfica. E isto é muito interessante: por que um trailer? Porque os organizadores do encontro produziram uma série de quatro vídeos que vão "contar a história" daquilo que o evento pretende abordar.
Esses quatro vídeos, de 15 minutos cada um, serão lançados em sequência, de dois em dois dias:
1. O destino da humanidade: o significado do casamento
2. O berço da vida e do amor: uma mãe e um pai para as crianças do mundo
3. Uma doçura escondida: o poder do casamento contra as agruras da vida
4. Casamento, cultura e sociedade civil.
E se os vídeos forem como o trailer, você pode esperar que eles sejam bem diferentes dos documentários comuns! Eles prometem ser ricos em música, imagens e testemunhos pessoais que falam direto ao coração. Se bem feitos, esses vídeos podem representar um ponto de virada na forma como a Igreja promove no mundo o entendimento da sua proposta.
Há um “gênio” na grande arte que tem o poder de nos fazer sentir a verdade da razão ou da revelação. Este é o gênio presente nos grandes mestres: Rafael, Michelangelo, Caravaggio. Parece, porém, que, nos últimos tempos, muito poucos verdadeiros “mestres” das artes atuais andam trabalhando pela Igreja. E é disso que a Igreja precisa com urgência!
Por quê? Porque na corrida entre a fé e a razão, a fé tem a capacidade primária de iluminar a vida humana. A maioria das pessoas faz as suas escolhas com base em impulsos, em sentimentos e em instintos sobre o que é certo, o que é bom e o que é verdadeiro. A razão é empregada com mais frequência no serviço das crenças, certas ou erradas, do que em fundamentar imparcialmente essas crenças. É por isso que a razão se torna rapidamente uma escrava, degradada de fato, sem a luz da fé. Várias fontes nos apresentam esta ideia. "O próprio diabo pode citar as escrituras para os seus propósitos", diz Shakespeare, em elegante descrição do sofisma da lógica sem fé. Blaise Pascal nos lembra que "o coração tem razões que a razão desconhece".
Mas também recebemos esta verdade, mais recentemente, de Bento XVI e de Francisco. Antes da “Evangelii Gaudium”, tivemos uma encíclica maravilhosa escrita pela mão de ambos os pontífices, o atual e o emérito: a “Lumen Fidei”. Falando de alguns aspectos da história do Iluminismo, Bento e Francisco escreveram:
“Lenta, mas seguramente, ficaria evidente que a luz da razão autônoma não é suficiente para iluminar o futuro; em última análise, o futuro permanece obscuro e repleto de medo do desconhecido. Como resultado, a humanidade renunciou à busca de uma grande luz – a própria Verdade – para se contentar com luzes menores, que iluminam o momento fugaz, mas que se revelam incapazes de mostrar o caminho. Na ausência da luz, tudo se torna confuso, é impossível distinguir o bem do mal ou a estrada rumo ao nosso destino de outras estradas que nos fazem andar em círculos intermináveis, rumo a lugar nenhum” (Lumen Fidei, 3).
Por isso, não é nada claro que as crises do nosso tempo possam ser amenizadas pela clareza apenas da razão e das doutrinas. Os ensinamentos têm de ser corretos, mas formar os instintos e as crenças fundamentais é ainda mais importante. O que é necessário é educar o coração. E isso levanta uma questão interessante: se a razão não educa o coração, então o que o educa?