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Pope Francis – General Audience – pt

© Mazur/catholicnews.org.uk

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Esteban Pittaro - publicado em 25/11/14

Roubaram o dinheiro que a idosa havia guardado para ir a Roma ver o Papa, mas ele ficou sabendo e lhe telefonou para consolá-la

Maria Teresa Celina Fernández tem 80 anos. Como muitos idosos argentinos, seu sonho era viajar para Roma, para ver o Papa Francisco. “Meu último sonho é ir para Roma e conhecer o Papa”, contava ela, ainda incrédula pela nacionalidade do Pontífice.

Mas o pagamento do resgate de um sequestro virtual acabou com todas as economias de Maria Teresa, que foi mais uma vítima do golpe. Quando ficou sabendo disso, o Papa Francisco ligou para ela.

O sequestro aconteceu no dia 5 de agosto. Maria Teresa recebeu uma ligação em sua casa de Palermo (Buenos Aires), às três da madrugada. Uma delinquente, aos prantos, fingiu ser sua filha e lhe pediu que jogasse, da janela do seu apartamento, situado na frente da histórica Igreja de Guadalupe, o valor do resgate.

A idosa obedeceu, mas sua filha não tinha sido sequestrada. O golpe do sequestro virtual fez mais uma vítima e acabou com o dinheiro que Maria Teresa havia juntado para a tão desejada viagem.

Em 19 de novembro, dia do seu aniversário, Maria Teresa recebeu outra ligação. Mas dessa vez era o Papa Francisco. “Calcutá”, como é conhecida, não estava em casa; estava dando aula de inglês a jovens pobres.

Quem atendeu o telefonema foi sua filha Gabriela, quem havia feito a solicitação ao Papa. Ela entrou em contato com o Pontífice mediante a fundação La Alameda, organização que luta contra o tráfico de pessoas e contra diversos tipos de abuso.

Gabriela conta: “Atendi o telefone e perguntaram por Maria Teresa. Minha mãe estava dando aula. Mas a voz era inconfundível. Então, eu perguntei: ‘É o Papa Francisco?’. Ele me disse: ‘Sim, sou eu’. Mas uma coisa é contar isso, e outra é atender essa ligação! Eu já havia falado com Bergoglio, mas isso não é tão racional quando se fala com o Papa”.

E continua: “Foi muito forte, eu não sabia o que fazer. Tentei explicar e lhe pedi desculpas pela ausência da minha mãe. Mas ele me disse que era ele quem tinha de pedir desculpas, por ter ligado na hora errada.” O Papa acrescentou: “Não se preocupe, amanhã eu ligo novamente”.

No dia seguinte, o Papa voltou a telefonar e dessa vez conversou com “Calcutá”. A idosa não conseguia conter as lágrimas. Conversaram sobre a insegurança. E Maria Teresa lhe pediu orações pelo seu país.

Maria Teresa, segundo contou sua filha na carta enviada ao Papa Francisco, é “uma pessoa excepcional, que fez dos Dez Mandamentos uma regra de vida, que ela viveu e vive para dar e servir sem esperar nada, a ponto de deixar de comer para que nós, seus filhos, o fizéssemos, já que ela nos criou e educou sozinha”.

Estas histórias de desgraças costumam chamar nossa atenção quando prejudicam aqueles que estão, paradoxalmente, mais cheios da graça divina. A Providência e o esforço da sua filha fizeram que Maria Teresa, vítima de um crime vil, de alguém que não levantou uma arma, mas apunhalou seu sonho, pudesse receber consolo em uma conversa que nem sequer em Roma teria tido.

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