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Homem que tentou assassinar João Paulo II quer se encontrar com o papa Francisco na Turquia

Pope John Paul visits Mehmet Ali Agca in jail – pt

Vrede van Utrecht

John Burger - publicado em 25/11/14

Mehmet Ali Agca afirma que o papa Francisco "impulsiona a paz e a fraternidade" em uma época de crise

O homem que proclamou a si mesmo como o "Cristo eterno", mas que tentou matar um papa, agora quer se encontrar com o Santo Padre em sua visita à Turquia, marcada para esta semana.

Mehmet Ali Agca, o turco que atirou contra o papa João Paulo II em 1981, pediu permissão ao Vaticano para se encontrar com Francisco. As informações são da agência France-Presse, que cita fontes locais turcas.

Francisco será recebido pelo presidente Recep Tayyip Erdogan e pelo primeiro-ministro Ahmet Davutoglu ao aterrissar em Ancara na próxima sexta-feira. De lá, o pontífice viajará para Istambul a fim de se encontrar com o patriarca ecumênico Bartolomeu I, arcebispo de Constantinopla.

Em declaração publicada pela imprensa turca, Ali Agca também solicitou uma reunião com o bispo de Roma.

"O papa Francisco, que deseja impulsionar a paz e a fraternidade numa época em que o mundo passa por uma crise política, econômica e humanitária, é bem-vindo à Turquia", disse Agca. "Eu sou Mehmet Ali Agca e gostaria de me encontrar com o papa durante esta visita", prossegue o comunicado, ilustrado por uma foto em que o papa João Paulo II visita Ali Agca no presídio de Roma, em 1983, para perdoar o agressor.

O motivo do atentado cometido por Ali Agca contra João Paulo II em plena Praça de São Pedro e que esteve a ponto de tirar a vida do santo pontífice polonês continua envolto em mistério até hoje. Alguns analistas especulam que ele foi contratado para executar um plano do Kremlin. Moscou considerava João Paulo II uma ameaça para o programa soviético mesmo antes de ele ser eleito papa.

Ali Agca, de 56 anos, modificou a sua versão da história diversas vezes, afirmando alternadamente, por exemplo, que quem estava por trás do atentado era o cardeal Agostino Casaroli ou o aiatolá Khomeini, ou que os tiros faziam parte de um "plano divino" para demonstrar o milagre da sobrevivência do papa.

O quase assassino supostamente se converteu ao cristianismo na prisão e tem afirmado com frequência ser o Messias.

Ali Agca passou 19 anos preso na Itália pelo atentado contra João Paulo II antes de ser perdoado a pedido do próprio papa no Grande Jubileu do Ano 2000. Foi extraditado para a Turquia para cumprir pena por outros crimes, incluindo o assassinato do editor de um jornal em 1979. Em 2006, foi declarado inapto para o serviço militar na Turquia devido a um "transtorno de personalidade antissocial severo".

Depois de ser libertado de um presídio de Ancara em 2010, Mehmet Ali Agca divulgou um comunicado declarando: "Eu proclamo o fim do mundo. Todo o mundo será destruído neste século. Todo ser humano morrerá neste século. Eu sou o Cristo eterno".

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