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O que não sai na televisão ou na internet não existe?

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© Mega Pixel/SHUTTERSTOCK

Carlos Padilla Esteban - publicado em 25/11/14

Quando alguém vive muito preso aos telejornais, acaba perdendo a perspectiva: o amor não é notícia, mas é semente de eternidade

Queremos mudar o mundo. Despertar a vida adormecida. O mundo é mais que a dor que vemos. O mundo também está cheio de luz, de esperança, de alegria.

Às vezes, podemos ter um olhar muito reduzido e negativo sobre a realidade Quando alguém vive preso aos telejornais, perde a perspectiva. Só se contam algumas notícias e, em geral, todas ruins.

Mas já muitas notícias boas que não são contadas. O reino de Deus já está presente no ser humano, nesse coração às vezes ferido. São sementes de eternidade que crescem lentamente.

Quando um coração se entrega, Deus está agindo, abrindo, alicerçando. Na gratuidade, no serviço que não espera nada em troca, nos sorrisos que são janelas abertas ao céu, nos abraços que são os abraços de Deus.

Sim, Deus está escondido aí, mostrando seu amor, sua misericórdia infinita. Oculto no meio da vida. Oculto e presente, acolhendo e velando. O amor não é notícia. O mundo tem muito mais beleza do que vemos nos jornais.

Normalmente, a beleza tampouco é notícia. Mas deveria ser. A cotidianidade não é notícia. Os atos de todos os dias, o que tantas pessoas fazem silenciosamente. O que cada pessoa semeia quando ama. A semente dos que permanecem fiéis ao seu caminho.

A fidelidade não é notícia. Mas a infidelidade sim, as quedas. Mas quem permanece firme como uma árvore na vida dos outros não é notícia. É notícia a doença, mas não a maneira como ela é vivida.

Não é notícia que alguém viva santamente e com dignidade a dor. Notícia é uma morte trágica, um assassinato, um atentado.

Não é notícia a morte silenciosa de um doente, a morte entregue nas mãos do Pai. Notícia é o ódio, a violência. Mas não a paz daquele que semeia esperança com a sua vida, que constrói pontos, que aprofunda nos vínculos.

É o reino de Deus oculto que não sai à luz pública. Eu gostaria de mostrá-lo, rasgar esse véu do esquecimento. Às vezes, gostaríamos que esse reino brilhasse como os fogos artificiais, para mostrar o Deus escondido nas pessoas.

Mas não é assim. Jesus viveu dessa maneira: oculto. Sua vida, durante trinta anos, não foi notícia. Nazaré era um povoado esquecido. Quem imaginaria que, nesse pequeno lugar, Deus transformaria a história?

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