Na Missa do Galo de 2010, o Papa Francisco, que naquele então era cardeal em Buenos Aires, compartilhou uma experiência inesquecível da sua vida:
“Esta é a noite das surpresas. Alguns podem pensar: como podemos buscar surpresas nesta cidade? Anteontem, tive uma que me comoveu. Os meninos de rua estavam no Obelisco, organizados pelo arcebispado, montando um presépio vivente, e na outra esquina do Obelisco estava um Papai Noel que cumprimentava as pessoas e recebia cartas. Em um determinado momento, ele atravessou a rua e disse ao organizador do presépio: ‘Posso me sentar aqui? Quero sentir o espírito do Natal’. Ele se sentou, tirou a fantasia de Papai Noel e assumiu a realidade.”
O cardeal Bergoglio continuou sua homilia convidando a uma mudança de atitude:
“Não se cubra ou fantasie nem de soberbo, nem de orgulhoso, nem de bravo, nem de dominador. Isso não o levará a ganhar nada na vida. Incline-se, cubra-se de mansidão, de bondade, e assim você vai entender o que ninguém entendia: um Menino deitado em uma manjedoura. É assim que Jesus está todos os dias.”
E completou: “Será que eu sei buscar Jesus, abaixar-me para encontrá-lo, ou me perco nas mil e uma propostas desta cidade pagã? Porque realmente esta é uma cidade pagã. E vocês sabem que ninguém cobra entrada para encontrar Jesus. Se você quiser, basta entrar. Ele precisa da sua liberdade, precisa que você assuma a gratuidade da salvação. Porque não há outra explicação para este mistério do Natal, a não ser a gratuidade com a qual Deus vem ao nosso encontro”.
A iniciativa solidária que comoveu o Papai Noel foi somente uma das muitas com as quais Buenos Aires vive o Natal. Numerosas iniciativas solidárias, muitas delas organizadas nas paróquias, buscam comunicar o Natal, ao mesmo tempo em que respondem às necessidades dos que mais sofrem.
O que o Papa Francisco aprendeu com o Papai Noel
PredragKezic / CC
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Esteban Pittaro - publicado em 22/12/14
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