Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sábado 10 Junho |
São Censúrio de Auxerre
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

Nomeação é «apreço» por Cabo Verde

D. Arlindo Furtado

Família Cristã

Ricardo Perna - Família Cristã - publicado em 05/01/15

"A princípio pensei que seria uma brincadeira", afirmou D. Arlindo Furtado, bispo de Santiago, à Família Cristã

D. Arlindo Furtado, bispo de Santiago, em Cabo Verde, será um dos 15 novos cardeais que o Papa Francisco irá nomear no próximo dia 14 de fevereiro.

À Família Cristã, o prelado revelou que se recebeu a nomeação com «muita surpresa». «A princípio pensei que seria uma brincadeira de mau gosto (risos), quando ouvi, mas pouco a pouco fui tomando consciência de que se tratava de uma coisa séria», conta.

Para o bispo de 65 anos, a nomeação não é «tanto uma questão pessoal», mas um «apreço» pela diocese de Santiago, uma «das mais antigas» em África. «No fundo, é um apreço e um reconhecimento pelo percurso da Igreja em Cabo Verde, que é uma das mais antigas da África subsaariana, que tem alguma especificidade no contexto africano, pois é um país maioritariamente cristão, imbuído de valores cristãos, de que a Igreja Católica é portadora, e portanto foi mais esse apreço que uma questão de carácter pessoal», considera D. Arlindo.



A intenção de chegar às periferias foi mais uma vez notória com esta nomeação, o que apraz ao bispo de Santiago.
«Nas periferias trabalha-se muito na pastoral da proximidade.

Acho que o Papa, sendo um homem da pastoral de proximidade, de acolhimento, de igreja em saída à procura das pessoas que precisam da luz de Deus, naturalmente que quer dar um sinal, preferencialmente às igrejas do Norte [hemisfério]», refere.



Um sinal de futuro? «Um sinal do caminho que devem tomar: proximidade, simplicidade, convivência com o povo e fazer sentir o calor da presença do pastor como representante de Cristo, e de todos os agentes da pastoral». Isto porque, no entender deste prelado, «no Norte a tendência é para o raciocínio frio, para uma certa burocratização, uma certa acomodação, ritualismo.

A Igreja mais simples, próxima e acessível, e portanto mais estimulante à comunhão, que é a característica da Igreja, é o que se pretende», sustenta.



Este exemplo que a Igreja que foi, durante tantos anos, destino de missionários europeus, guarda, pode ser a chave para o futuro da igreja no Norte, de onde saíram esses missionários. «Durante muito tempo, os missionários estiveram próximos das pessoas, e deram a experimentar essa comunhão intensa com as pessoas, o cuidado em todas as circunstâncias, e hoje em dia aquilo que nós recebemos e conservámos pelo estilo de vida mais simples, queremos devolver para essas igrejas que vivem com os problemas do individualismo.

Porque as pessoas precisam do calor humano, do encontro, da convivência e da fraternidade sentida», defende D. Arlindo Furtado.



Apesar de não saber o que o cargo de cardeal lhe reserva, declara-se pronto para colocar ao serviço da Igreja a sua «experiência de pastor, de abertura e de acolhimento, de sair à procura e criar pontes para o diálogo e a partilha de vida».

Papa quer «humanizar certas decisões»

Estas nomeações cardinalícias chegam numa altura em que a própria Cúria enfrenta uma era de reforma, iniciada pelo Papa Bento XVI e continuada pelo Papa Francisco.

Nos dias que antecedem o Consistório onde serão criados os novos cardeais, o Papa estará reunido com a Cúria Romana para lhes dar contas das reformas que se vão iniciar no Vaticano.

D. Arlindo considera que a reforma é bem-vinda, já que a Igreja «centralizou muito e criou muita burocracia, que se torna pesada e desnecessária». «A Igreja devia ter uma burocracia mínima, necessária, mas ser acima de tudo construtora de pontes e de comunhão», defende.



Esta necessidade de «agilizar» algumas coisas pode levar a grandes mudanças. «Não sei se alguns dicastérios poderiam estar fora de Roma, mas a facilitação dos processos, o contacto mais direto com a realidade e o dar alguma capacidade de decisão em certas matérias às conferências episcopais ou regionais, poderiam ser solução», considera D. Arlindo.

Até porque, segundo o bispo de Santiago, «o Papa quer agilizar os processos da Igreja para humanizar certas decisões, tornando-as mais próximas e candentes». «Tudo são possibilidades, mas sabemos que a decisão última dependerá sempre do Papa», conclui.

Ricardo Perna

Tags:
Cardeais
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia